Amigos do mundo musical estão abalados com a morte de Flávio Henrique, que morreu nesta quinta-feira (18) por febre amarela, em Belo Horizonte. Nas redes sociais, por exemplo, várias publicações exaltaram o profissional desde o começo da manhã. Abaixo, leia depoimentos de pessoas próximas ao músico, que foram ouvidas pelo O Tempo ou publicaram homenagens em redes sociais.
Flávio Venturini
Triste ao acordar com a notícia de perda de nosso amigo Flávio Henrique, artista de carreira marcante na música mineira compositor, cantor e ultimamente com belo trabalho no excelente grupo Cora Coral e também atuante na nossa cultura tendo o cargo importante de presidente da Rede Minas! A música mineira tem sofrido grandes perdas lamento muito! Fique em paz, meu Xará!
Lô Borges
Quanta tristeza. Vá em paz, Flávio Henrique. Nossos sinceros sentimentos à família e aos amigos queridos.
Thelmo Lins
A vida é um átimo. E essa coisa da doença. O povo deve estar em pânico. Se um cara na posição dele se vai com tanta rapidez, imagina o povo sem acesso à saúde, bons médicos. Estamos em choque, abobados. Conheço o Flávio da época que era estudante na PUC. Frequentamos o curso de comunicação social. Ele era mais jovem que eu, mas a gente conviveu. Conheci o Flávio por meio do cantor Eduardo Garcia, num show em Itabirito. Flávio era o pianista, tinha 20 e poucos anos. Depois, mais tarde, gravei CD no estúdio dele, disco em homenagem ao Clube da Esquina, “Nada será como antes”, em 1999.
Mariana Nunes
Comecei a trabalhar com o Flávio em 2003. Ele me convidou para participar do “Presépio cantado”, disco infantil dele. Em 2004, gravamos o disco “Abra palavra”, com Vitor Santana. Flávio foi o produtor. Começou a se fortalecer a amizade, uma relação forte. Em 2008, “A luz é como a água”, produzido por ele. Tempos depois, ele tinha um show que chama “Pássaro pênsil”, e eu e Kadu Vianna fizemos esse show. Com ele viajamos muito, e começamos a ter a ideia do grupo vocal. Depois disso montamos o Cobra Coral e, desde então, temos toda essa trajetória – dois discos gravados, show cantando Caetano e muitos outros trabalhos. A contribuição do Flávio para a música e para a cultura em Minas Gerais é definitiva e gigantesca. Um cara que sempre criou muita coisa, agregou muito as pessoas, se relacionou. Era um cara fomentador, criador, de grandes ideias, extremamente empenhado em fazer acontecer, sempre. Contribuiu imensamente. Impossível a música mineira sem pensar nele.
Juarez Moreira
O Flávio vai fazer uma falta danada. Como pessoa, para comunidade musical de Belo Horizonte. Um sujeito com muito talento, inteligente, ativo, sabia aproveitar situações que a vida oferecia para ele com ciência e rapidez, excelente compositor, publicitário, ativo politicamente, corajoso, e realizou grandes coisas nos últimos tempos. Uma pessoa muito importante, tanto que morreu enquanto presidente da Rede Minas e da rádio Inconfidência. Tudo de bom, Flávio Henrique. Letrista muito bom, tinha senso de produção, direção… compositor, violonista, pianista, versátil. Sou musico insistente, minha música demorou a ser reconhecida e a geração do Flávio me ajudou muito, recebeu e me incentivou. A empreitada da música instrumental é difícil, eles reconheceram essa luta em mim e me abriram caminhos e espaços.
Thiago Delegado
Agradeço a oportunidade de ter convivido tão de perto com uma das figuras mais iluminadas e generosas que esse mundo já viu. Obrigado, Flávio Henrique, ou como eu o chamava, Fantasminha, por tudo que vivemos juntos… músicas, farras, marchinhas, aprendizado, vida. Fica a obra e o legado, que já o imortalizou.
Affonsinho
Fui conhecer o Flávio quando voltei pra BH. Num show com Selma bruno, Flávio tocou piano. Depois, morando aqui (BH) já, a gente montou estúdio na mesma época, chamei ele pra gravar no início anos 2000. Fiz marchinha “cheirinho da lolove”, convidei ele pra cantar comigo, participação Cobra Coral cada um numa faixa, antes do bum da marchinha, de 2011, por aí. Convivência superlegal, amigos de profissão, brincadeira, ria muito, foi isso, fiquei horrorizado. O fato de existir mosquito que pode matar um ser humano em 2018, tirar a vida, pode ser eu, você, qualquer pessoa, é muito chocante. Fiquei horrorizado, desanimado, muito triste, difícil saber o que falar. Tristeza estar num país onde ainda acontece isso. Arranca um pai de uma filha, marido da esposa acabou de casar, amigo dos amigos. Um cara esforçado, guerreiro, antenado, abrir novos espaços, procurava conversar, debatia com calma, sem apelar, sabia conduzir coisa da tolerância, abertura pra conversa, diálogo. Recebia crítica e conversava, procurava saber, um cara muito importante.
Ricardo Aleixo
Só fui ter convívio maior a partir de março de 2016, quando ele me convidou para ser colunista do programa Almanaque Brasil. Ele me falava de números do ibope sobre a recepção dos ouvintes da minha coluna, ele vibrava, desceu da sala dele até o estúdio pra me cumprimentar. A máxima que fica pra mim desse brevíssimo convívio é esse respeito mútuo. Vamos levar um tempo longo para entender o sentido profundo da passagem de uma figura como ele pelo mundo. Minas, esse lugar tão marcado pela introspecção e pelo cartorialismo, joguinhos de poder, igrejinhas… O Flávio chegou em termos de gestão publica passando o trator por cima disso, abriu a Inconfidência e depois a EMC (Empresa Mineira de Comunicação). Nenhuma gestão havia feito, desafio para quem vier, não a pessoa, mas é preciso que venha pensamento no mínimo tão forte como ele, descentralizado.
Marcos Frederico
A gente se conheceu há uns 2 anos, em algum desses festivais de música e logo nos tornamos amigos e já fizemos música juntos, compusemos muitas coisas juntos, frequentou minha casa, fazia churrasco, víamos jogos do Galo juntos. A gente tem duas parcerias em homenagem a minha filha Lira uma antes de nascer e outra logo depois. Tínhamos convívio próximo, me dava muito conselho, me ajudou muito na carreira, ensinou coisa em termos de composição, mercado da música, principais composições em parceria com ele, trilha de encerramento longa “o menino no espelho”. Fizemos marchinhas de carnaval, inclusive marchinha pra este carnaval, composta em final de dezembro. Nas marchinhas ele usava o nome Belizário Nogues, ele se divertia, codinome sabendo que ninguém ia saber que era dele, se divertia de fazer marchinha e as pessoas não saberem que era ele, gostava de ser o Belizário. Flávio foi o cara que despertou o lado político das marchinhas, volta das composições de carnaval.
Marina de La Riva
Eu estou em choque. Flávio Henrique apareceu no meu caminho profissional de um jeito que me senti muito privilegiada, entrou em contato comigo pra elogiar meu trabalho e quando fui ver o dele, conhecia uma música ou outra, fiquei muito impressionada com nível musical dele. Tinha identidade, sofisticação, representando Minas Gerais que tem essa qualidade de densidade com leveza.