O macaco morto encontrado no Bairro Lídice, na região central de Uberlândia, tinha o vírus da febre amarela, segundo resultado laboratorial confirmado na semana passada. É o primeiro caso confirmado de circulação do vírus silvestre da doença na zona urbana de Uberlândia. No ano passado, o caso de febre amarela em primata não humano constatado em laboratório era de um macaco encontrado na zona rural. Por enquanto, não há nenhum caso de febre amarela em humanos em Uberlândia e nem na área de cobertura da Superintendência Regional de Saúde.
O macaco morto foi encontrado em novembro do ano passado, mas o resultado positivo só foi confirmado agora pelo laboratório de referência em análise, que fica em Belo Horizonte e é o único do Estado a fazer esse tipo de exame.
No último sábado, em função do resultado que confirmou o vírus silvestre, agentes de saúde fizeram uma ação de bloqueio na região onde o macaco foi encontrado. Os agentes aplicaram o veneno contra o mosquito em residências, terrenos e ruas dos bairros Lídice, Vigilato Pereira e adjacências. “Vale reforçar que não temos febre amarela na área urbana, só o tipo silvestre”, disse o secretário de Saúde, Gladstone Rodrigues.
O secretário ressalta que os macacos não são transmissores da doença, pelo contrário, eles servem de escudo para que as autoridades em saúde sejam alertadas sobre a circulação do vírus silvestre e tomem as devidas providências.
A partir da próxima segunda-feira, a Secretaria de Saúde irá intensificar as ações de vacinação contra a febre amarela em Uberlândia, instalando postos volantes em dois locais de grande circulação de pessoas. Hoje, 10% da população ainda não estão imunizados. A meta preconizada pelo Ministério da Saúde é de uma cobertura vacinal acumulada de febre amarela 95% da população. Na área de abrangência da Regional de Uberlândia, que contempla nove municípios, a imunização até o momento é de 86,8% da população – considerando apenas o município de Uberlândia, esse índice é de 90%. “Significa que ainda temos em torno de 70 mil pessoas que não estão imunizadas contra o vírus”, disse Gladstone.
No período de 5 a 9 de fevereiro, equipes da Secretaria de Saúde estarão no Terminal Central, das 7h às 9h e das 16h às 20h, e também no Parque do Sabiá, das 16h às 20h, aplicando doses da vacina.
Segundo a coordenadora do Programa Municipal de Imunização, Cláubia Oliveira, haverá também um reforço na zona rural. “As equipes vão percorrer todos os assentamentos para imunizar as pessoas que ainda não tomaram a dose da vacina. São locais que ainda não têm uma unidade de saúde de referência e, por isso, muita gente acaba não procurando uma unidade de atendimento”, diz Cláubia. Ela cita que na zona urbana há 70 salas de vacinação espalhada nas UAIs, UBSs e UBSFs. “A única forma de evitar a doença é se vacinar e combater o Aedes”, ressalta.
Segundo informou a Superintendência Regional de Saúde, não há risco de desabastecimento da vacina e a dose é cheia (uma única aplicação imuniza por toda a vida).
IDOSOS
Segundo a coordenadora do Programa Municipal de Imunização, a última nota técnica emitida pelo Estado, no dia 25 de janeiro, passou a recomendar que a vacina contra a febre amarela seja ampliada também para a população idosa, independente de avaliação médica. “Por causa do grande número de casos da doença em Minas, mudou-se a recomendação para vacinar pessoas acima de 60 anos. Evidente que as pessoas irão responder algumas perguntas antes de serem vacinadas, pois há algumas contraindicações”, disse Cláubia Oliveira.
A vacina é aplicada a partir dos nove meses de vida.
Fonte: Diário de Uberlândia