A mãe da jovem Greiciara Belo Vieira, de 19 anos, encontrada morta em uma represa em Ituiutaba, no dia 21 de agosto, que já tinha a guarda provisória da neta, após o exame de DNA comprovar o parentesco, conseguiu a definitiva nesta quinta-feira (8). A decisão foi do juiz da Vara da Infância e Juventude José Roberto Poiani.
O bebê foi retirado em uma cesariana clandestina, enquanto a vítima ainda estava viva, e ficou internado no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) até na último dia 29, quando recebeu alta e foi entregue a avó.
Segundo o promotor da Vara da Infância e Juventude, Epaminondas da Costa, a avó deverá ir à secretaria da vara para assinar o termo. Ainda de acordo com Epaminondas, a ação não impede que, futuramente, o pai da criança exerça os direitos de sustento, visita e educação. “O suposto pai fará, espontaneamente, o exame e se comprovado deve assumir o papel em imediato”, disse ele.
O promotor ainda disse que a avó tentará uma licença do emprego por dois meses, para cuidar da neta. “Quem assume o papel de mãe, em uma situação, tem direito à licença remunerada durante dois meses”, completou Epaminondas.
Entenda o caso
A jovem encontrada morta estava grávida de oito meses, era de Uberlândia e havia desaparecido no dia 18 de agosto. Ela foi achada dentro de uma represa quando duas pessoas faziam trilha de bicicleta por uma estrada de terra na zona rural de Ituiutaba. Em seguida, a Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros e peritos civis foram acionados e retiraram a vítima da água.
A jovem estava com os pés amarrados por um tecido e o corpo estava envolvido por uma tela de arame junto a uma pedra grande. Além disso, a vítima tinha o abdômen aberto e as vísceras expostas. Foi então que as investigações começaram e algumas pessoas foram ouvidas para descobrir a motivação do crime e encontrar o bebê, até então, desaparecido.
Um dos seis criminosos envolvidos no crime foi até a delegacia em Ituiutaba e confessou. A delegada Roberta Borges esclareceu que a suspeita de encomendar o crime, Shirley Benfica, de 30 anos, mantinha relacionamento à distância com um homem de Araguari. Ela forjava uma gravidez e chegou a montar o quarto do bebê, dizendo que era uma menina, na tentativa de manter o namoro. A mulher justificava que a barriga não crescia pois havia feito uma cirurgia de abdominoplastia, que resultava na não alteração do abdômen dela.
Pouco depois, a recém-nascida foi localizada na casa da vizinha de uma das suspeitas de envolvimento no crime. A mandante havia deixado a criança lá para ganhar tempo e fingir um parto. Segundo a polícia, a vizinha não tem participação no crime.Ela foi levada ao Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) no início da noite da última segunda-feira (22). Segundo a assessoria de imprensa do hospital, a menina estava bem e passaria por avaliações médicas.
Das seis pessoas envolvidas no crime, quatro, de 22, 24, 30 e 60 anos estão presas. Os outros dois, que já foram identificados, ainda seguem foragidos. Os presos serão encaminhados para Ituiutaba, onde a investigação será concluída. Eles responderão por homicídio duplamente qualificado, sequestro, ocultação de cadáver e subtração de incapaz.
A mãe de Greciara apresentou vários documentos que comprovam o parentesco e condições financeiras de cuidar da criança, o que motivou o Juiz a pedir os exames de DNA e conceder a guarda provisória.
G1