As investigações sobre a mãe que tentou matar o filho recém-nascido após dar à luz no banheiro de um hospital de Canápolis foram encerradas nesta quarta-feira (10).
De acordo com a Polícia Civil, a jovem de 19 anos que está presa na Cadeia Pública da cidade foi indiciada por tentativa de homicídio qualificado. O pai do bebê, Geraldo Machado Neto, de 27 anos, registrou a criança e disse que ao contrário do que a jovem contou, não tinha conhecimento da gravidez.
“Diferente do que ela contou para a Polícia eu nunca imaginei que ela estivesse grávida. Meu sonho sempre foi ser pai e não sei porque ela preferiu esconder isso. Eu entrei com pedido de guarda do meu filho e já preparei toda a casa para recebê-lo. Meu desejo agora é que meu filho seja feliz”, contou Geraldo.
O bebê nasceu no último dia 2 de agosto no hospital Santa Casa de Misericórdia de Canápolis. A mãe, que deu entrada na unidade de saúde alegando estar com dores abdominais causadas por uma possível hemorroida, deu à luz sozinha no sanitário da observação feminina e dispensou a criança em um saco de lixo.
A delegada Anice Ahmad Mustafa Hamud disse que o laudo apontou que no momento do crime a jovem não estava em estado puerperal, que é quando a mãe, deprimida depois do parto e por causa do parto, resolve matar o filho recém-nascido.
“A princípio iríamos indiciá-la por tentativa de infanticídio, no qual a pena é menor que a tentativa de homicídio. Mas o médico não apontou que ela estava com transtornos mentais no momento do crime e com isso, se condenada, ela pode pegar até 12 anos de prisão”, disse Anice.
O crime
De acordo com a delegada da Polícia Civil, a mãe contou em depoimento que o menino nasceu no vaso sanitário e que escondeu a gravidez dos pais dela, que são evangélicos, por medo e vergonha.
“Ela disse que descobriu que estava grávida aos cinco meses de gestação. Ela falou com o pai da criança sobre a gravidez que negou assumir o filho. Como eles tinham ficado e não tinha um relacionamento estável ela contou que teve receio de falar da gravidez para os pais dela que são pastores da Igreja Evangélica Assembleia de Deus”, contou a delegada.
O recém-nascido foi encontrado por um paciente em um saco bem amarrado. O bebê estava roxo e tinha ferimentos na cabeça, no pescoço e na boca. Ele foi atendido na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) e está sob os cuidados dos avós maternos.
Guarda da criança
O Conselho Tutelar de Canápolis disse que o menino foi registrado pelos pais e que por determinação do promotor ficará sob os cuidados dos avós até a Justiça determinar com quem ficará a guarda.
“Infelizmente ainda não estou vendo ele. Foi criado um mal estar com toda essa situação. Eu soube do nascimento do meu filho pois sou agente funerário e a primeira informação é que tinha um recém-nascido morto no hospital. Chegando lá que tive conhecimento de toda a história. Isso está sendo bem difícil para mim, namorei a mãe do bebê por mais de um ano e não pensei que passaria por algo assim”, finalizou.