O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse na manhã desta quarta-feira, 22, que ainda é preciso conversar com deputados e líderes partidários para definir a viabilidade de se colocar na pauta da Casa a votação da reforma da Previdência. “A gente não deve precipitar data se não tivermos a clareza dos votos”, justificou.
Para Maia, a reforma previdenciária se transformou em um “mito” de perda de direitos para a população, como já foi um dia a reforma trabalhista. Por isso, Maia disse que é preciso ter “paciência e cuidado” na decisão de levar o tema à votação. “Não podemos correr nenhum risco. A gente precisa esclarecer a sociedade, como fizemos nas últimas semanas”, pregou.
Em defesa da reforma previdenciária, Maia disse que é preciso acabar com a “sangria da transferência de renda dos que ganham menos para quem ganha o teto da Previdência”, o que gera “distorção” no sistema.
Na opinião de Maia, a Previdência brasileira se tornou “o maior programa de transferência de renda do mundo”. Ele também lembrou que a Previdência consome hoje 41% dos gastos dos Estados e a máquina pública deixa de investir em saúde e educação para bancar aposentadorias.
Maia disse que proposta é “bem amena” se comparada com o que fizeram Portugal e Espanha. “Se não fizermos nada, não acabarmos com essa distorção, os próximos governos terão de cortar salários e aposentadorias (em torno de 30 e 50%), o que a gente não quer que aconteça no Brasil”, enfatizou.
Reforma ministerial
Maia elogiou a atuação do ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, mas disse que cabe ao presidente Michel Temer decidir se o mantém no cargo ou se muda para reacomodar a base aliada. “Independente do que vai ser feito, precisa ter uma decisão, se não vai mexer, anuncia. O que a gente não pode é ficar paralisado, esperando uma decisão”, declarou.