A cidade de Ipanema, no Vale do Rio Doce, quebrou novamente o próprio recorde de maior queijo minas do mundo, assim como o de maior doce de leite, títulos conquistados e superados há mais de dez anos. A tradicional delícia mineira foi apresentada durante a 13ª Festa do Queijo, realizada neste sábado (23/7), na Praça Coronel Calhau, no centro da cidade.
Desde 2011, a cidade realiza o desafio de produzir o maior queijo minas do mundo. Logo na estreia, o produto já chegou a 1.305 quilos. Pesado pelo Rank Brasil, representante do Livro dos Recordes no país, a produção deste ano tem medidas impressionantes: 2.727 quilos, superando o da última edição em 274 quilos. O recorde anterior havia sido conquistado no ano passado, quando o queijo produzido pesou 2.453 quilos.
Para fabricar a iguaria foram usados 28 mil litros de leite, 400 quilos de sal, além de coalho e fermento. O tempo de produção também superou a edição passada: foram 10 horas de trabalho, envolvendo 15 profissionais, e mais cinco dias na câmara de resfriamento, processo feito em uma empresa de laticínios.
Depois de pesado, o queijo "desfilou" pelas ruas da cidade e, então, foi a vez das pessoas provarem a iguaria, dividida em pequenos pedaços e distribuída entre centenas de visitantes presentes no evento, na Praça Coronel Calhau. Este ano, a festa contou com a presença do governador de Minas Gerais Romeu Zema (Novo), e de outros políticos da região.
Festa tradicional
A produção leiteira é a base da economia de Ipanema, cidade com aproximadamente 20 mil habitantes. A Festa do Queijo é um dos eventos tradicionais no calendário turístico regional, com atrações musicais, concursos gastronômicos, barracas de artesanatos, comidas típicas, e shows locais e de nível nacional. A celebração acontece todo ano, mas ficou suspensa em 2020 e 2021 devido à pandemia de COVID-19.
Além do tradicional queijo minas gigante, a festa também tem outras atrações de grandes proporções, o doce de leite, que entrou para o livro dos recordes em 2013, e também ampliou seu recorde nesta edição, saindo de 873 quilos no ano passado para 1.070 quilos em 2023. E a queimadinha -bebida mineira feita de leite caramelado-, produzida em um bule gigante, que somou novamente 1.200 litros.
Neste ano, pela primeira vez, os participantes do evento tiveram a oportunidade de comprar queijos em barracas com as produções locais de Ipanema. A iniciativa incentiva o trabalho dos produtores locais, além de aumentar o lucro das suas empresas, e oferecer aos visitantes uma gama maior de experiências gastronômicas.
História do maior queijo do mundo
A marca que estampa o rótulo do maior queijo do mundo é a Laticínios Dois Irmãos, fundada pelos irmãos João Batista Nascimento e José Nascimento. Filha de um dos donos e fundadores, Sarah Werneck caracteriza a empresa como "familiar e bem pequena". De acordo com ela, os irmãos produzem em "menos quantidade, mas tudo com muita qualidade".
Sarah conta que, antes de começar a produzir laticínios, os irmãos vendiam pasteis em frente a uma escola em Ipanema, e os alunos tinham liberdade para sair da escola e comprar os pasteis, até que a instituição decidiu manter as portas fechadas, impedindo os estudantes de sair para comprar os alimentos vendidos na porta.
Com isso, a venda dos pastéis diminuiu significativamente, e os irmãos precisaram pensar em outra fonte de renda. Assim, como um deles já havia trabalhado com a produção de laticínios antes, surgiu a ideia de começar a produzir, em casa, queijos para serem vendidos. Sarah afirma que "a produção era bem fundo de quintal".
Recordes do queijo
- 2023: 2.727 quilos
- 2022: 2.453 quilos
- 2019: 2.284 quilos
- 2018: 2.072 quilos
- 2017: 1.980 quilos
- 2016: 1.910 quilos
- 2015: 1.810 quilos
- 2014: 1.770 quilos
- 2013: 1.600 quilos
- 2012: 1.480 quilos
- 2011: 1.305 quilos
Recordes do doce de leite
- 2023: 1.070 quilos
- 2022: 873 quilos
- 2019: 828 quilos
- 2018: 810 quilos
- 2017: 608 quilos
- 2016: 568 quilos
- 2015: 517 quilos
- 2014: 507 quilos
- 2013: 302 quilos