79, 53% dos aglomerados subnormais no país estão localizados a menos de um quilômetro de uma unidade de saúde básica, como clínicas da família ou postos de saúde. Enquanto para quase 65% dessas comunidades, a distância para hospitais, com recursos para internação e exames mais complexos, chega a dois quilômetros.
As informações fazem parte de um levantamento sobre saúde, produzido e divulgado nesta terça-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O coordenador de Geografia e Meio Ambiente do instituto, Cláudio Stenner, explica que são considerados aglomerados subnormais as favelas, grotas, palafitas e mocambo, entre outros.
Os domicílios, segundo ele, têm características urbanísticas irregulares, carência de serviços públicos essenciais e as populações dessas comunidades vivem sob condições socioeconômicas, de saneamento e de moradias precárias. Stenner salienta que o problema pode não ser a distância dos aglomerados subnormais para as unidades de saúde, mas a falta de estrutura que elas oferecem.
De acordo com a pesquisa, em 2019, havia 5.127.747 domicílios ocupados em 13.151 aglomerados subnormais no país. Essas comunidades estavam localizadas em 734 municípios, em todos os estados do país, incluindo o Distrito Federal. Segundo o último Censo, em 2010, esses números representavam quase a metade dos atuais: 3.224.529 domicílios, em 6.329 aglomerados subnormais, em 323 cidades.
Entre os estados brasileiros, o Amazonas tem a maior proporção de domicílios em aglomerados subnormais. Mas, em São Paulo e no Rio de Janeiro, as capitais mais populosas do país, a quantidade de imóveis nessas comunidades é a maior entre todas as demais capitais: no Rio, são mais de 453 mil domicílios em aglomerados subnormais e, em São Paulo, quase 530 mil.