A estratégia de redução de custos e ganhos de eficiência em gestão adotada desde 2015 levará a Cemig a fechar 2018 com o maior investimento já feito na história do sistema elétrico do Estado, segundo informa a atual direção da Companhia Energética de Minas Gerais: R$ 5 bilhões.
A opção por diminuir gastos com pessoal nesses três anos, que já rendeu uma economia de R$ 450 milhões à companhia, e o aperfeiçoamento de processos e a revisão de contratos, que reduziram custos em mais de R$ 400 milhões, permitiram que a empresa direcionasse seus investimentos para quem realmente importa: os 8 milhões de mineiros que compõem sua base de clientes.
Com isso, a Cemig está levando energia para 50 mil famílias que vivem em áreas rurais e até então não contavam com o benefício, tirou do papel 32 mil obras atrasadas e construiu 17 novas subestações em todo o Estado, sendo três na região metropolitana de Belo Horizonte. Somente o Plano de Regularização do Atendimento Rural, que está beneficiando essas famílias, representou investimentos de cerca de R$ 800 milhões.
Conforme o diretor de Relações Institucionais e Comunicação, Thiago de Azevedo Camargo, isso só foi possível porque a atual gestão fez as escolhas certas. “Quando a gente faz as escolhas certas, o resultado vem. Somos uma empresa pública e temos responsabilidade social. Estamos zerando o passivo que havia com a população mais pobre de nosso Estado”, aponta.
Os investimentos também permitiram saltos de qualidade no serviço prestado a toda a população, conforme destaca o diretor de Comercialização e Distribuição da Cemig, Ronaldo Gomes de Abreu. “Isso traz ainda mais eficiência e agilidade à operação, reduzindo o tempo de desligamento dos consumidores mineiros e os gastos com deslocamentos das equipes”, ressalta.
Gestão de pessoas. As iniciativas implantadas pela Cemig nos últimos quatro anos para buscar melhores resultados para a sociedade e adequar a empresa aos requisitos regulatórios resultaram em uma economia de 13% nos custos com pessoal, materiais, serviços e outras despesas e uma redução de 33% na folha de pagamento.
Somente neste ano, foram abertas mais de 150 vagas de empregos na Cemig por meio de concursos públicos. Isso só foi possível, porque a companhia realizou o Programa de Desligamento Voluntário Programado (PDVP), com o objetivo de adequar o quadro de colaboradores, sem nenhum prejuízo para o atendimento aos consumidores.
“Os empregados interessados, que tivessem tempo de casa igual ou superior a 25 anos, poderiam participar do processo, bastando assinar um termo de adesão. Para incentivar a participação, a companhia ofereceu benefícios relacionados às obrigações rescisórias”, explica o superintendente de Relações e Recursos Humanos da Cemig, Luiz Augusto Barcellos.
Além dessa redução, a diretora de Relações e Recursos Humanos da Cemig, Maura Galuppo Botelho Martins, destaca que a empresa também realizou diversas iniciativas com foco em garantir a qualidade dos serviços prestados aos clientes, assegurando os requisitos definidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) – órgão regulador do setor de energia elétrica. “Além disso, realizamos três concursos públicos com o objetivo de repor o quadro nas áreas em que fosse indicada a necessidade, priorizando a área operacional e a prestação de serviços para a população”, explica.
Endividamento. O momento atual exige que a Cemig reduza o seu nível de alavancagem (técnica utilizada para multiplicar a rentabilidade por meio de endividamento) e aumente a sua capacidade de gerar caixa. “Para tanto a empresa busca pagar parte da dívida com a venda de alguns ativos, além de implementar diversas medidas que proporcionem uma maior eficiência dos seus processos”, destaca o diretor Thiago Camargo.
Para ele, a adequação do processo produtivo se tornou ainda mais necessária devido à situação que a companhia atravessava. “A geração de caixa foi comprometida com a perda de parte da arrecadação própria – tivemos o leilão das concessões das usinas de Volta Grande, Jaguara, São Simão e Miranda pelo governo federal, que representavam um terço da geração da Cemig – e foi agravada pelo alto endividamento”, frisa.
Os resultados já podem ser sentidos no caixa da empresa, que honrou o pagamento de dívidas, que giravam em torno de R$ 13 bilhões. Esse passivo aconteceu devido ao resultado de uma política agressiva, entre 2006 e 2014, nas aquisições de ativos e pela distribuição quase total do lucro líquido da companhia na forma de dividendos (R$ 25,6 bilhões), o que comprometeu a saúde financeira da empresa.
Outra questão relevante está relacionada ao pagamento de dividendos, que caiu para o mínimo previsto em estatuto (50% do lucro líquido), permitindo, assim, novos investimentos em diversas áreas. Além disso, o Conselho de Administração da companhia passou de 15 para 9 membros, proporcionando uma economia de 28% com o colegiado.