Uma pesquisa divulgada hoje (19) pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) aponta que a maior parte dos vegetais comercializados no Brasil são seguros para consumo. Segundo o levantamento, 89% das amostras de produtos de origem vegetal analisadas pelo Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes (PNCRC) em Produtos de Origem Vegetal “estão dentro do nível de conformidade”.
Ainda segundo o estudo, que foi feito em 2019 e 2020, 49% dos produtos analisados não apresentaram nenhum resíduo e contaminante. Outros 40% apresentaram valores abaixo do limite máximo de resíduos estabelecido no Brasil; e 11% apresentaram algum tipo de inconformidade.
Entre os 11% que apresentaram “inconformidade”, 10 pontos percentuais estão relacionadas a resíduos de defensivos agrícolas e um ponto percentual apresentou “contaminantes”, como Salmonella e micotoxinas. “Dos produtos que apresentaram inconformidades pelo uso de defensivo agrícola não permitido para a cultura, temos o feijão comum (Phaseolus vulgaris) e o feijão-de-corda (Vigna unguiculata)”, informou o ministério.
As empresas embaladoras dos produtos foram autuadas, uma vez que, segundo o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal, Glauco Bertoldo, “já é possível a responsabilização dos agentes da cadeia produtiva, nos casos de não conformidade”. Até 2019, as irregularidades detectadas pelo PNCRC em Produtos de Origem Vegetal eram apenas notificadas aos infratores.
O Mapa informou que está trabalhando estratégias para monitorar os resíduos e a rastreabilidade de produtos com entidades do setor. No caso, a Associação Brasileira da Indústria do Feijão (Abifeijão), o Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (Ibrafe), a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Associação Brasileira de Feijões e Legumes Secos (Abrafe). Entre as medidas que já vêm sendo adotadas pelos embaladores está é a execução de teste rápido para resíduos de defensivos no recebimento dos feijões.
A portaria que torna público os resultado do programa foi publicada no Diário Oficial da União de hoje.
Segundo ela, os teste foram feitos em culturas agrícolas de abacaxi, alface, alho, amêndoa (Prunus dulcis), amêndoa de cacau, amendoim, arroz, avelã (Corylus avellana), banana, batata-inglesa, beterraba, café, castanha de caju, castanha do Brasil, cebola, cenoura, cevada malteada, citros, farinha de trigo, feijão, goiaba, kiwi, maçã, mamão, manga, melão, milho, morango, pera, pimenta do reino, pimentão, soja, tomate, trigo e uva
“Ao todo, foram 2.601 amostras coletadas e encaminhadas para análises na Rede Nacional de Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (Rede LFDA). As amostras são oficiais e coletadas por auditores fiscais federais agropecuários em propriedades rurais, estabelecimentos beneficiadores e em centrais de abastecimento”, informa o Mapa.
Os produtos que apresentaram “100% de conformidades” no período foram alho, amêndoa, avelã, café, castanha de caju, castanha do Brasil, cebola, cevada malteada, manga e pimenta do reino.
Já os que apresentaram inconformidades abaixo de 70% (a maioria por uso de produtos não permitidos para a cultura) foram feijão comum, goiaba, morango, feijão-de-corda e pimentão.
Das 2.601 amostras coletadas, 1.777 foram direcionadas para o monitoramento de ocorrência de resíduos de defensivos agrícolas, sendo 1.521 amostras conformes e 256 não conformes.