Um jovem advogado foi indicado para fazer o inventário de um senhor recém falecido. O homem não tinha herdeiros nem parentes vivos. Suas posses eram muito simples. O apartamento alugado, um carro velho, móveis baratos e roupas puídas.
O advogado, surpreso, pensou: “Como alguém passa toda uma vida e termina só com isso?”
Anotou todos os dados e, quando ia deixando aquela casa, viu um porta-retrato sobre um criado-mudo. Na foto estava o falecido, ainda jovem, sorridente; ao fundo, um mar muito verde e uma praia repleta de coqueiros. Estava escrito bem de leve no canto superior da foto: “Sul da Tailândia”. Surpreso, o advogado abriu a gaveta do criado e encontrou um álbum cheio de fotografias. Lá estava o homem, em diversos momentos da vida, em fotos de todo o canto do mundo.
Na última página do álbum tinha um mapa de quase todos os países do planeta marcados com um asterisco vermelho, indicando por onde o homem tinha passado. Escrita à mão na altura do meio do Oceano Pacífico, tinha uma pequena poesia que dizia:
“Não construí nada que me possam roubar.
Não há nada que eu possa perder.
Nada que eu possa trocar.
Nada que se possa vender.
Eu que decidi viajar.
Eu que escolhi conhecer.
Nada tenho a deixar porque aprendi a viver”.
Experiências: o maior patrimônio que se pode acumular
Há pessoas que poupam muito e vivem pouco. Há aquelas que gastam tudo o que ganham com roupas de marca ou automóveis do ano.
Eu já disse mais de uma vez nesta coluna: eu prefiro gastar meu dinheiro com EXPERIÊNCIAS. Isso não exatamente significa viajar, mas significa EXPERIMENTAR. Já saltei de pára-quedas, já visitei Cuba, já mergulhei em Ilha Grande. Já comi gafanhotos fritos no México, tomei Pisco Peruano, almocei com peões de uma grande obra. Já fui em festa de pijama, em casamento de bico e até festa do “sem motivo” já organizei. Já abri, vendi e fali empresas. Já trabalhei com bicicleta, de bicicleta e no avião.
Meu patrimônio? Aquele que tem que declarar no imposto de renda não é muito, não… mas se cada fotografia em meus álbuns fossem contabilizadas… daí, sim, poderia ser considerado um milionário – em busca de mais “fortunas”, é claro.
Poupe o suficiente para não passar apuros em uma emergência. De resto, use seu rendimento para você, com aquilo que lhe dá prazer. Use-o com sabedoria… cada centavo gasto deve lhe acumular conhecimento, experiência e recordações. Patrimônios que NINGUÉM pode tirar.
E Viva a Vida!
Marcio Zeppelini / www.marciozeppelini.com.b