A Polícia Civil (PC) procura 105 mulheres, incluindo crianças e adolescentes, que possam ter sido vítimas de violação sexual pelo médico Fábio Lima Duarte, de 36 anos, na Grande BH. O suspeito, que foi preso preventivamente na última quarta-feira (20), é clínico geral e filmava pacientes em que realizava ultrassonografias endovaginais (dentro da vagina) e de seios. Além das imagens do consultório, no computador do foram encontrados vídeos do suspeito mantendo relações sexuais com menores e até cenas de uma possível prática de tortura com uma jovem.
As imagens dos exames das pacientes eram filmadas, possivelmente, com uma câmera Go Pro, que o homem ligava e ajustava antes das vítimas entrarem no consultório. A maior parte delas foi feita em uma clínica particular em Betim, mas há também cenas gravadas em uma policlínica em Vespasiano e, possivelmente, em Belo Horizonte, já que Fábio prestava serviços para o Estado. Conforme a Polícia Civil, a Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig) foi acionada e deve dar mais informações sobre a atuação do médico.
Os arquivos eram salvos no computador dele, com o primeiro nome das mulheres e características delas. “Ele usava termos como fulana gostosa, fulana seios, ou fulana endo, de endovaginal, close”, explica a delegada Renata Fagundes, da unidade especializada de Proteção à Criança e ao Adolescentes, que lembra que a maioria dos vídeos foi gravada em 2017. Ao todo, são retratadas 74 adultas e 31 crianças e adolescentes, cuja idade varia de 9 a 17 anos.
A polícia encontrou ainda uma espécie de tutorial, em inglês, sobre como abordar crianças para praticar abusos, no notebook do homem. Havia também uma filmagem de 2015, feita dentro da casa do suspeito, no bairro Ouro Preto, na Pampulha, em que uma jovem de 20 anos estava amarrada e posicionada ao lado de facas. Os investigadores concluíram que a vítima foi dopada e abusada. Em depoimento, ela disse que aquela era a primeira vez que ia à casa de Fábio. “Ela não consentiu e não se lembrava de absolutamente nada que tinha ocorrido na noite. Ficou extremamente assustada ao ver as imagens”, diz Renata Fagundes.
Segunda prisão
Esta é a segunda vez que Fábio é encarcerado. Em outubro de 2018, ele havia sido preso na operação Luz na Infância, que investiga possíveis pedófilos. A ação se deu porque o suspeito compartilhava e armazenava conteúdo pornográfico envolvendo mulheres menores de idade. No entanto, dois meses depois, em dezembro, Fábio foi solto.
Fonte: Hoje Em dia