O inquérito sobre a morte de Lorenza consta também que, em ligação para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), o médico Itamar Tadeu afirmou que ela estava com pele roxa, pupila dilatada e apresentava rigidez cadavérica. À polícia, ele disse que realizou manobras de ressuscitação nela.
No entanto, especialistas esclareceram à reportagem que quando um médico informa rigidez de corpo, isso significa que a pessoa morreu há algumas horas, e nenhuma manobra necessita ser realizada.
Proximidade de Itamar com o casal é apontada
A investigação demonstra inconsistências relacionadas à conduta do médico Itamar Tadeu. Quando o caso veio à tona, a defesa dele disse que o médico não tinha intimidade com a família Pinho. Mas, após quebra de sigilo telefônico, ficou provado que Tadeu e o promotor André de Pinho conversavam.
No dia da morte de Lorenza, no dia 2 de abril, o promotor ligou para Itamar às 6h42 e às 9h09 – cada ligação teve mais de um minuto e meio. Ele foi até a casa de Lorenza com uma ambulância do Mater Dei e informou que ela morreu de autointoxicação e engasgo. O IML atestou asfixia e intoxicação. A proximidade era tanta que Lorenza lamentou, em seu diário, a morte do pai de Itamar.
‘Só fiz o meu trabalho’, se defende o médico
Procurado pela reportagem, o médico Itamar Tadeu disse que irá conversar hoje com suas novas advogadas e se defendeu das acusações. Ele foi denunciado pelo MPMG por falsidade ideológica.
“Não tenho nada a ver com isso. Só quero que tudo isso acabe logo. Sou médico e só fiz o meu trabalho”, declarou o cardiologista.