“A gente não sabe a que ele veio no mundo, mas a gente sabe que ele veio trazer muito ensinamento. É muito amado por todos que estão a sua volta e retribui isso com muito amor. Estamos nessa luta porque acreditamos no tratamento alternativo”. A fala é da mãe de um garoto de 11 anos com paralisia cerebral. Para a família, cada dia é uma conquista de vida, de um movimento ou de um sorriso discreto que seja.
Ainda que Cláudia Martins acredite não saber as razões pelas quais a vida é assim, tudo que está acontecendo é por que ela e a família nunca perderam as esperanças – desde o dia em que a médica disse, aos quatro meses de gestação, que o líquido na barriga estava secando e já era hora de Fernando de Pádua Silva Martins nascer. Mas ele aguentou mais dois meses, nasceu prematuro e ficou no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do hospital por três meses. “Quem vê Fernando hoje não acredita que ele passou por tanta coisa”, escreveu a mãe em um texto que acompanha uma fotografia dele miudinho com um diagnóstico de alta, após o nascimento, seguido de uma lista de 12 problemas de saúde. “Fernando está tão bem hoje graças a um ser superior a nós (Deus), a Nossa Senhora de Fátima, a toda a família e a amigos, que, durante esses 11 anos, mobilizaram-se”.
Tratamento. No Brasil, ele faz todos os tratamentos possíveis: fisioterapia, hidroterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia, além de ser acompanhado por neurologista e ortopedista. Mas é tudo paliativo. O único recurso médico que daria alguma possibilidade de melhora dos movimentos está na Tailândia, onde se utilizam células-tronco para tratar pacientes com paralisia cerebral.
Após arrecadar R$ 118 mil com rifas, leilões e eventos, a família seguiu para a Ásia em 2014, e iniciou o tratamento. “Agora, ele consegue segurar as coisas, ficar de pé um longo tempo, comer alguns alimentos sozinho e falar algumas palavras”, conta Cláudia, que voltou à Tailândia neste mês para uma nova etapa do tratamento, que vai custar R$ 150 mil.
Mãe resolve empreender para ajudar
Sabendo que ainda vai precisar de muito dinheiro para continuar o tratamento do filho, Cláudia Martins resolveu empreender. Ela criou o Horta na Lata para pessoas que querem cultivar hortaliças em casa e sem agrotóxicos.
“É para ajudar. Estou tentando colocar no mercado. Se conseguirmos vender, vamos poder sustentar o tratamento do Fernando. Não vamos precisar mais correr atrás de pessoas para ajudar. Não que isso seja humilhante, mas é muito difícil”, explica Cláudia.
Como ajudar
Poupança. A conta-poupança para depósito da Caixa Econômica Federal é 025393-5 e a agência é 2986 em nome de Fernando de Pádua. A família precisa de R$ 150 mil para o tratamento.