Com o desabastecimento de combustíveis em diversos postos pelo país, não faltam oportunistas que tentam lucrar aproveitando o desespero daqueles que precisam abastecer seus veículos. Em uma rápida pesquisa em páginas de compra e venda na internet, a reportagem de O TEMPO encontrou nesta terça-feira (29) pelo menos cinco anúncios de pessoas que estão vendendo galões cheios de gasolina em Minas Gerais e São Paulo.
Em um dos anúncios, publicado no site Mercado Livre, um morador de São Paulo vende três galões com 10 litros cada de gasolina comum. Na descrição, ele não informa o preço e diz que entrega o combustível apenas nas imediações da linha vermelha do metrô na capital paulista.
A reportagem ligou para o anunciante na manhã desta terça, que informou já ter vendido os três galões, mas sem dizer por quanto. Questionado se ele teria mais gasolina durante a greve dos caminhoneiros, o homem respondeu “acabou tudo, mas talvez eu consiga mais hoje a tarde”. Ao ser perguntado sobre o preço, o vendedor desligou o telefone.
Ainda no Mercado Livre, um anúncio de um vendedor de Mateus Leme, na região metropolitana de Belo Horizonte, divulga a venda de um galão com 20 litros de gasolina comum por R$ 150 – cada litro a R$ 7,50. Na descrição do produto, ele informa um telefone para contato, mas as ligações não foram atendidas. O anunciante também não respondeu às mensagens enviadas por meio do próprio site.
Um terceiro anúncio no Mercado Livre, de um vendedor de BH, que também divulga um galão cheio com gasolina a R$ 150, não passa de uma brincadeira. O anunciante garantiu que não tem combustível para vender e que a ideia dele é “fazer um protesto silencioso”.
No site OLX, um anunciante do bairro Santa Inês, na região Nordeste da capital mineira, divulga um galão carregado com cinco litros de gasolina, mas sem informar o preço. Ele não atendeu às ligações no número informado na página e também não respondeu as mensagens.
Os sites Mercado Livre e OLX ainda não se posicionaram sobre o caso.
Conforme as leis federais 8.176/91 e 9.605/98 e também a portaria 116 da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), comercializar, estocar e até transportar combustíveis sem autorização são práticas que configuram crimes ambientais e também contra a ordem econômica.