Os metroviários de Belo Horizonte decidiram fazer uma paralisação total dos serviços de metrô por 24 horas na próxima quarta-feira (26) para pedir prioridade para a categoria na campanha de vacinação contra Covid-19. A decisão foi tomada em assembleia do Sindicato dos Empregados em transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindmetro), nessa sexta-feira (21), após a suspensão da paralisação marcada para a última quinta (20).
A paralisação havia sido cancelada depois de uma reunião de sindicalistas com o prefeito Alexandre Kalil (PSD), em que a prefeitura afirmou que, em 30 dias, apresentará um calendário de vacinação para o setor. A categoria é considerada prioritária pelo Plano Nacional de Imunizações (PNI), mas aparece atrás de outros grupos que não começaram a ser vacinados na cidade, como profissionais da educação e pessoas em situação de rua.
“O prefeito pediu 30 dias para ter a possibilidade de um calendário de vacinação mais preciso, e não para iniciá-la. A categoria não parou de trabalhar durante a pandemia e é ela quem transporta os outros grupos prioritários. Deveríamos, no mínimo, ser vacinados ao mesmo tempo dos profissionais da saúde. Tem estudante do primeiro período de medicina sendo vacinado antes”, diz o presidente do sindicato, Romeu Machado Neto.
A prefeitura solicitou que o sindicato apresente o mapeamento de trabalhadores que ainda não foram vacinados em outros grupos prioritários para que possa planejar a campanha. Os dados serão entregues na segunda-feira (24), segundo Machado. Também na segunda, o Sindmetro se encontrará com a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Na reunião, os termos da paralisação serão debatidos – pode ser que os metroviários sejam impedidos de realizar uma parada total de atividades, por exemplo.
Segundo Machado, cerca de 14% dos aproximadamente 1.000 trabalhadores ativos do metrô de BH se contaminaram com o coronavírus e quatro morreram. Outros 600 funcionários estão afetados do trabalho de campo por serem de grupos considerados de risco.
Por meio de nota, a prefeitura informa que segue as orientações do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação, do Ministério da Saúde, e que não teria autonomia para modificar a ordem de imunização de cada grupo prioritário. “É imprescindível que novas remessas de vacinas sejam entregues pelo Ministério da Saúde. A Prefeitura reafirma a disponibilidade de pessoal e de todos os insumos necessários para a imediata continuidade do processo”, completa.