São apenas 23 anos vividos – menos de quatro deles como jogador profissional. Apesar disso, Juninho pode dizer que viveu intensos períodos de altos e baixos na profissão. Após uma ascensão meteórica no Coritiba e duras críticas recebidas na época de Palmeiras, o jovem defensor chega ao Atlético em busca de mais uma virada na carreira.
uninho é cria do Coxa. Após se destacar no sub-20, o paranaense de Londrina foi promovido ao time de cima pelo técnico Ney Franco. Estreou no profissional em 2015 justamente numa ‘fria’. No dia 26 de julho, o jogador, então com 20 anos, foi titular na lateral esquerda – posição em que havia atuado na base – no empate por 1 a 1 com o Corinthians, pela 15ª rodada do Campeonato Brasileiro. Meses mais tarde, a equipe alvinegra seria campeã da Série A.
A boa atuação contra o forte time do técnico Tite credenciou Juninho a seguir no elenco. Logo no primeiro ano como profissional, o novo reforço do Atlético desbancou Luccas Claro e Rafael Marques para formar uma dupla de zaga segura com Walisson Maia. Daí em diante, passou a receber elogios e se tornou alvo de clubes do exterior.
Saída de Curitiba
Mas o destino de Juninho não seria a Europa. Após 90 jogos com a camisa do Coritiba, o zagueiro foi comprado pelo Palmeiras. O clube paulista investiu impressionantes 3 milhões de euros (cerca de R$ 10 milhões na cotação da época) para efetuar a contratação de um dos defensores mais promissores do futebol brasileiro, em maio de 2017.
“O Palmeiras cuida não só do presente, mas do futuro também. Juninho assinou por cinco anos, Mayke até o fim do ano que vem com opção de o Palmeiras adquiri-lo. Sejam muito bem-vindos”, disse o diretor de futebol do Palmeiras, Alexandre Mattos, antes das entrevistas de apresentação de Juninho e Mayke, ex-lateral-direito do Cruzeiro.
O aumento de responsabilidade sobre o zagueiro foi evidente já na primeira conversa com jornalistas. Afinal, Juninho vestiu a 4 – número de camisa utilizado por Vitor Hugo durante a vitoriosa campanha no Campeonato Brasileiro do Palmeiras em 2016. O ex-defensor do América deixara o clube alviverde a caminho da Fiorentina.
Inferno astral
Canhoto, Juninho é costumeiramente escalado como quarto zagueiro – aquele que ocupa o lado esquerdo da dupla de defensores. Substituto de Vitor Hugo na posição, já foi titular do Palmeiras um dia depois da apresentação oficial.
As primeiras atuações foram regulares, mas não conquistaram a torcida alviverde. Entre maio e novembro de 2017, Juninho disputou 21 jogos com a camisa do Palmeiras (20 deles como titular). Precisou atuar também na lateral esquerda, como substituto de Egídio, que também viveu altos e baixos na última temporada.
O ‘ódio’ dos palmeirenses, entretanto, se deve a um jogo em especial. Parceiro de zaga de Edu Dracena, Juninho teve duas falhas cruciais no empate por 2 a 2 com o Cruzeiro, em 30 de outubro de 2017. A partida – que contou com gol contra e erro do reforço alvinegro no gol de Robinho – fez com que o time de Alberto Valentim não ficasse a três pontos do primeiro colocado Corinthians em uma fase decisiva do Campeonato Brasileiro. Os rivais se enfrentariam na rodada seguinte, em jogo que poderia marcar mudança na liderança da competição.
O lance sacramentou o destino de Juninho no Palmeiras. Sem clima com a torcida, o zagueiro passou a ser menos utilizado. Em 2018, já sob o comando de Roger Machado, atuou apenas três vezes. No total, foram 24 partidas durante a passagem pelo time alviverde. Nesse período, ele não balançou as redes rivais.
Recomeço?
uninho se animou com a chance de buscar uma retomada na carreira com a camisa do Atlético. Apresentado na tarde dessa quinta-feira, ele – contratado por empréstimo até o final de 2018 – já pode estrear pelo time alvinegro no sábado, contra o São Paulo. A oportunidade é de voltar aos rumos em um clube que tentou tirá-lo do Coritiba.
“Fiquei muito feliz com o interesse do Atlético quando sai do Coritiba. E estou mais feliz hoje, que vou vestir a camisa do clube, com muito empenho. Isso é o que importa para mim. As coisas no Palmeiras não saíram da forma que eu queria. Tenho que deixar para trás, tenho que tentar fazer o meu melhor aqui, mostrar para o professor que tenho qualidade para jogar e ajudar o grupo nos campeonatos que a gente disputar”, disse Juninho.
Para isso, o zagueiro precisa superar uma grande concorrência: Leonardo Silva e Gabriel são os titulares. Além deles, Bremer, Iago Maidana e Matheus Mancini brigam por posição no time.
“Em todo lugar tem concorrência, isso é normal. A gente tinha muitos zagueiros no Palmeiras, era normal que alguém saísse. Os clubes negociaram e vim para cá. Vai ser uma concorrência sadia, com jogadores de alta qualidade. Vou procurar ajudar eles para o melhor pelo Atlético”, disse o zagueiro, que luta por um recomeço e, quem sabe, a permanência no novo clube. Para mantê-lo após o fim de 2018, o Atlético já sabe quanto deverá pagar. A quantia, entretanto, não foi revelada.
Superesportes