O governador Fernando Pimentel recebeu nesta sexta-feira (23/3), no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, relatório com o balanço dos índices de criminalidade em Minas Gerais durante o ano de 2017, que demonstram que os investimentos do Governo de Minas Gerais na área da segurança pública, principalmente por meio do programa +Segurança, têm refletido na queda das estatísticas criminais em todo o estado.
O ano de 2017 fecha com a menor taxa de registros de homicídios desde 2011, com 18,8 vítimas do crime a cada 100 mil habitantes. Na comparação com o ano anterior, também há queda de 6% no número de vítimas de homicídios, considerando os 853 municípios mineiros. Na avaliação da capital, a redução é de 11 %.
Já o número de registros de roubo fecha 2017 com queda de 14 % em Minas e 17,4% em Belo Horizonte, depois de seis anos seguidos de aumentos mensais. A taxa anual de roubos, de 534,3 registros a cada 100 mil habitantes, é a menor desde 2015, apontando para uma reversão do quadro deste tipo de crime contra o patrimônio.
Avaliando os 12 indicadores monitorados pela Secretaria de Segurança Pública (Sesp), por meio do Observatório de Segurança Pública Cidadã, oito apresentam redução. Alguns com percentuais expressivos nos números de registros, como a extorsão consumada (-35%) e a extorsão mediante sequestro (-35%). Já o estupro de vulnerável tentado e consumado continua como o grande desafio do sistema de segurança pública para o ano de 2018.
Na avaliação das cidades do interior do estado, dados do Observatório mostram que 66,7% dos municípios mineiros não tiveram registros de homicídios consumados, ou mantiveram ou reduziram seus índices em relação ao ano anterior. Quando mesma análise é realizada considerando o crime de roubo, o estudo aponta 58% das cidades na mesma situação.
Em coletiva à imprensa após a reunião, o governador Fernando Pimentel ressaltou que os resultados são significativos. “Os números são muito positivos. Nós tivemos uma redução muito significativa, em Minas Gerais, dos índices de criminalidade comparando 2017 com 2016. É a menor taxa de homicídios dos últimos seis anos. O índice de roubos consumados, que é aquele tipo de crime que afeta muito diretamente a qualidade de vida da população, também apresenta uma queda de 14% na média do estado”, afirmou.
“Eu destacaria duas coisas para mostrar que, de fato, o modelo que nós estamos adotando de segurança está funcionando. O primeiro é a queda de um tipo de crime que afeta muito, principalmente, o interior do estado, que é a explosão de caixas eletrônicos. Em 2016 nós tivemos o registro de 237 casos e, em 2017, esse número caiu para 162 casos. Nossa expectativa, com o trabalho de inteligência que está sendo feito, com o trabalho conjunto da Polícia Militar e da Polícia Civil, é de um número ainda menor em 2018. Então, isso é o que aponta a curva nesses primeiros meses”, completou Fernando Pimentel.
Outro ponto destacado pelo governador foi o índice de apuração de homicídios em Minas Gerais comparado ao resto do país. “No Brasil, vocês vão até se surpreender com o número que é escandalosamente baixo, de 8% a 10% do total. Em Minas, esse número era de 45% em 2016 e subiu, em 2017, para 50%. Isso mostra que o investimento que nós estamos fazendo nas forças de segurança está mostrando resultados. Nós temos hoje, e posso falar isso sem nenhum medo de errar, um dos estados mais seguros do Brasil”, concluiu Fernando Pimentel.
Avaliação
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Helbert Figueiró de Lourdes, acredita que os números da segurança são um marco para o estado. “No geral, esse resultado de 2017 não é comemorado apenas como uma simples redução nos índices. O resultado realmente representa um marco histórico de alteração na curva de tendência criminal no estado. A nossa perspectiva é de, no máximo, em 2018 ou 2019, devolver ao cidadão mineiro aquela tranquilidade para sair de casa durante o dia, durante a noite. Esse é o nosso objetivo e nós vamos trabalhar fortemente para isso”, disse.
Segundo o secretário de Estado de Segurança Pública, Sérgio Menezes, a queda do número de homicídios está relacionada à integração e o investimento prioritário na área da segurança. “Com esses investimentos, com prevenção e com tecnologia, temos tido resultados bastante expressivos na segurança em Minas Gerais”, afirmou Menezes.
O secretário ainda tranquilizou os mineiros em relação à migração de bandidos do Rio de Janeiro para Minas Gerais, em função da intervenção federal naquele estado. “Temos conversado muito entre os chefes da segurança de Minas Gerais, e essa possibilidade é mínima. A Polícia Militar está atenta a isso e desencadeou operações na divisa”, disse.
O chefe da Polícia Civil, João Octacílio Neto, informou que a instituição está com um projeto de expansão das delegacias especializadas. “Recentemente, elevamos à Departamento de Meio Ambiente a Divisão de Meio Ambiente, com uma estrutura maior para uma atuação mais efetiva. Da mesma forma, criamos o Departamento de Crimes Patrimoniais, onde nós reeditamos as delegacias especializadas de furtos e roubos, roubos a bancos”, disse.
Bases comunitárias
A criação do programa de instalação de bases comunitárias nos bairros da capital foi avaliada pelo governador Fernando Pimentel como uma das ações fundamentais para a melhora nos números da segurança pública.
“A sensação de segurança aumentou e os índices continuam em queda em função dessa novidade. Minas Gerais tem modelo de segurança diferenciado e melhor. Nós não estamos fazendo nenhum estardalhaço com isso, mas a população está sentindo na rua, melhorou muito em Belo Horizonte, e nós estamos com projeto quase pronto para expandir para o interior também, pelo menos mais cinco ou seis cidades de maior porte no interior. Aos poucos, nós vamos cobrindo todo o Estado. É claro que esse modelo das bases comunitárias não se aplica indistintamente, porque em cidades muito pequenas não justifica, mas em municípios de porte médio a grande seria adequada a proximidade e presença da polícia”, pontuou o governador.
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Helbert Figueiró de Lourdes, destacou que a formatura de 1.400 novos soldados, em abril, possibilitará que a ação seja estendida para a região metropolitana. Além de Ibirité, onde o trabalho já está sendo realizado, as cidades de Contagem, Betim, Vespasiano e Ribeirão das Neves receberão as bases. Ainda segundo o coronel Helbert, os horários das bases na capital também deverão ser estendidos.
“Esses novos soldados terão um direcionamento mais expressivo às cidades das regiões metropolitanas. Com isso, nós vamos estender, até o meio do ano, as bases para essas cidades também, e com uma perspectiva muito boa de alcançarmos nessas cidades a redução criminal que tivemos em Belo Horizonte”, afirmou.
Todos os 12 índices monitorados pela Sesp estão disponíveis de forma transparente na internet, com detalhamentos para todos os 853 municípios mineiros. Para acessar bastar acessar o site da secretaria (www.seguranca.mg.gov.br), nos links Integração> Estatísticas > Estatísticas Criminais.
+ Segurança
A melhoria das estatísticas de segurança é resultado dos investimentos e priorização, nos últimos meses, das ações de segurança pública pelo Governo de Minas Gerais. O programa + Segurança, além do incremento de pessoal, também colocou à disposição das polícias Militar e Civil 2.008 viaturas. Somente no primeiro mês de 2018 foram entregues 140 veículos para a Polícia Militar e 51 para a Polícia Civil.
São mais de 2.800 novos policiais militares nas ruas nos últimos meses para atendimento ao cidadão, e 1.149 investigadores da Polícia Civil em atuação. A formatura de 91 deles aconteceu nesta semana, na quarta-feira (21/3). Em dezembro do último ano, o Governo também autorizou a nomeação de outros 450 novos investigadores de Polícia, excedentes do último concurso. Além disso, o Governo abriu concurso para 76 novos delegados de polícia, cujo edital foi publicado este mês, e autorizou concurso para 116 escrivães de polícia.
Outras duas ações de gestão também têm contribuído para a redução dos índices e foram potencializadas no último ano. O Grupo de Intervenção Estratégica de Enfrentamento a Roubos (GIE-R) e o Grupo de Intervenção Estratégica de Enfrentamento a Homicídios (GIE-H) visam acompanhar e priorizar inquéritos, mandados, prisões e outras intervenções com resultados na segurança de alvos recorrentes. São compostos por representantes da Secretaria de Estado de Segurança Pública, Ministério Público, Polícia Civil, Polícia Militar e Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap).
Também participaram da reunião o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Cláudio Roberto de Souza, o chefe do Gabinete Militar do governador, coronel Fernando Arantes, a superintendente do Observatório da Segurança Pública, Ana Luiza Werneck e o subsecretário de Integração de Segurança Pública, Danilo Salas.
Agência Brasil