O jovem Rafael Minas de Souza tenta há pouco mais de três anos provar a inocência dele depois de ser preso em 3 de outubro de 2019, em Juiz de Fora, na Zona da Mata, em Minas Gerais, acusado de roubar uma mulher no bairro Santa Luzia, na Zona Sul da cidade. À época, a vítima reconheceu o rapaz. Uma audiência de instrução do processo estava marcada para a última quinta-feira (27/4), mas foi reagendada para 11 de maio.
Para a defesa, imagens de circuito interno de TV contrastam com a afirmação da vítima de que seu cliente seria o autor do crime. Mesmo assim, à época, no dia 14 daquele mês, a mulher voltou a reconhecer Rafael – desta vez presencialmente – na delegacia da Polícia Civil, no bairro Santa Terezinha, por meio de um vidro espelhado.
Conforme a acusação, o rapaz, portando um canivete, teria levado um aparelho celular, uma carteira contendo R$ 30 e documentos. Ele ficou dois dias preso no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp), no município. Desde então, ele responde o processo em liberdade e trava uma batalha na Justiça para comprovar que sequer estava naquele bairro no dia do crime.
“Falaram que foi um negro”
Em entrevista à TV Alterosa, Rafael diz que quer “apenas justiça”. “Caso não fosse minha mãe, eu estaria preso até hoje. Ela conseguiu reunir todas as provas e imagens das câmeras”. Nesse sentido, comprovantes de compras e pagamentos mostram que o jovem estaria em outro bairro, na região Central da cidade.
“Mas Deus sabe de tudo. Falaram que foi um negro. Mostraram minha foto para a vítima e não mostraram outras pessoas. (…). Muita gente que está presa é inocente. Hoje, eu acredito. Como erraram comigo, podem ter errado com outras pessoas”, completa.
Também à reportagem, o advogado de defesa, Carlos Mattos, criticou a condução do caso. O reconhecimento pela vítima, logo no início, já se deu de maneira errada, sendo feito por foto. Hoje, a gente tem todos os elementos probatórios favoráveis ao Rafael, com filmagens que mostram todo o caminho no dia que aconteceu o crime, provando que ele não é o autor”, afirma.
A TV Alterosa entrou em contato com a Justiça e o Ministério Público, mas não houve retorno até a veiculação da reportagem.