O Ministério Público Federal em Minas Gerais (MPF/MG) ajuizou ação civil pública, com pedido de liminar, para que a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) oferte o curso de licenciatura em Matemática no turno da noite. Atualmente a universidade oferece o bacharelado e a licenciatura, porém, ambos em turno diurno.
A região do Triângulo Mineiro sofre por falta de professores de Matemática para a educação básica. O procurador da República Cléber Eustáquio Neves, autor da ação, entende que a falta de oferta da formação em turno noturno é uma das causas desse problema. “A discussão em torno da oferta de cursos de licenciatura está diretamente ligada à formação de professores, dessa forma, a educação universitária e a básica não podem ser concebidas de forma dissociada”, destaca.
Alto índice de desistência — Outro ponto que foi detectado na apuração realizada pelo MPF é que o número de concluintes do curso de licenciatura em Matemática da UFU é extremamente baixo em relação à quantidade de ingressantes. De 2006 a 2015 menos de 50% dos alunos que entraram no curso concluíram a graduação, e esse número continuou caindo — em 2016 houve apenas um formando.
A ação cita esse problema como outra consequência da falta de oferta do curso no turno da noite, já que isso dificulta a procura dos estudantes por estágios e empregos, que são fundamentais na formação de um professor.
Pedidos – Além de pedir para que a UFU seja obrigada a tomar imediatamente as medidas necessárias para garantir a oferta do curso de licenciatura em Matemática no turno da noite, em um prazo máximo de 60 dias, o MPF pede também a condenação da universidade ao pagamento de danos morais coletivos no valor de R$ 5 milhões, em razão dos danos causados à sociedade, já que ficou claro que a falta de oferta do curso à noite está diretamente ligada à falta de professores de Matemática para a educação básica no Triângulo Mineiro.
Ministério Público Federal em Minas Gerais