A última foto postada por Rick Genest em seu perfil pessoal no Instagram (@rickgenestofficial) se tornou assustadoramente premonitória: o modelo conhecido como Zombie Boy aparece segurando uma faca contra o próprio pescoço, está com a boca coberta por fita adesiva e expressa pânico no olhar. Parece uma simulação de suicídio ou assassinato.
Admirador de filmes de terror, Rick era um aterrorizante personagem real – e muitos o consideravam uma obra de arte humana. Sua aparência suscitava curiosidade, estranheza, fetiche e aversão.
Descoberto por um diretor de moda, Zombie Boy fez sucesso entre os fashionistas. Desfilou para grifes estreladas como a francesa Mugler, posou para capas de revistas descoladas e foi a principal figura masculina do clipe de Born This Way, de Lady Gaga, em 2011. No vídeo, a cantora teve o rosto maquiado como uma caveira para ser a versão feminina do rapaz.
O modelo esteve no Brasil a convite da grife Ausländer para desfilar no Fashion Rio Verão 2012. Uma matéria exibida no Fantástico mostrou a reação de espanto de cariocas e turistas ao vê-lo passear pela orla de Copacabana e Ipanema.
Outro momento marcante da carreira de Genest foi um vídeo patrocinado pela gigante de cosméticos L’Oréal. Uma equipe maquiou todas as tatuagens do Zombie Boy para mostrar como era o corpo dele antes de iniciar o processo de ‘esqueletização’. O vídeo do impressionante processo de transformação teve quase 6 milhões de visualizações no YouTube.
Antes de mudar seu rosto, Rick era um rapaz comum que passava despercebido nas ruas. Com 1,78m de altura, sequer tinha porte de modelo. Mas a pigmentação radical o tornou uma pessoa única no mundo, instantaneamente reconhecido em qualquer lugar do planeta. Uma novidade num universo padronizado como o da moda.
Apesar do visual agressivo à primeira vista, era um rapaz tranquilo e calado. O desenho corporal servia de escudo para a timidez. Do anonimato à fama, Rick ‘Zombie Boy’ Genest viveu como quis e, aparentemente, morreu como desejou. Como ele, jamais existirá outro.