Moradores do bairro Mangueiras, na região do Barreiro, se reuniram na noite desta terça-feira (13) na rua José Luiz Raso para homenagear as vítimas da tragédia envolvendo um ônibus da linha 305 que caiu em um córrego no local.
O acidente causou a morte de cinco pessoas e feriu outras 18, no dia 13 de fevereiro.
Passado um mês da tragédia, familiares, amigos e conhecidos das vítimas colocaram flores onde ocorreu a queda do coletivo. Eles também realizaram um culto evangélico.
A assistente de orçamentos de obras, Kelle Gonçalves, de 32 anos, moradora do bairro, foi uma das 30 pessoas que participaram da homenagem.
Kelle é amiga da mãe de uma das vítimas e afirma que a Transoeste, empresa responsável pelo ônibus, não prestou qualquer auxílio às famílias.
“Tenho uma amiga mais próxima que teve o filho envolvido nesse acidente. Ele ainda está internado e inconsciente. A gente tem visto o descaso da empresa do ônibus que se acidentou porque ninguém procurou as famílias ou prestou solidariedade. É com muita tristeza que a gente tem acompanhado a dor de cada pai, de cada irmão, de cada membro das famílias que têm vivido essa dor, esse sofrimento de talvez nem ter mais o parente querido ao seu lado”, disse ela, que ainda falou sobre a emoção vivenciada no culto.
“O culto que participamos foi uma forma que o povo encontrou para prestar uma solidariedade a todas as famílias. Foi um ato comovente porque a gente vê que ainda existe amor ao próximo, mas esse apoio é à base de orações dos familiares e amigos porque a empresa em momento algum se manifestou. Nós não temos nem um laudo ainda do que causou esse triste acidente”, lamenta.
A Transoeste foi procurada pela reportagem na noite desta terça, por telefone, e um funcionário garantiu que as famílias estão recebendo todo o apoio necessário. Ele não soube explicar, no entanto, de qual maneira a empresa está ajudando as vítimas.
A Polícia Civil, que está investigando o acidente, informou na última semana que são remotas as hipóteses de que o motorista do ônibus tenha sofrido um mal súbito ou cometido suicídio.
A investigação trabalha com a possibilidade de que o coletivo tenha perdido o freio. O delegado responsável pelo caso solicitou aumento do prazo para a conclusão do inquérito, que ainda depende do depoimentos de algumas vítimas. Devido ao estado de saúde, elas ainda não foram ouvidas.
Na quinta-feira passada, o Hospital João XXIII divulgou o último boletim médico sobre o acidente. Conforme a unidade de saúde, seis pessoas ainda estão internadas, sendo três delas em estado grave.
A Transoeste só vai se manifestar sobre o acidente após a conclusão do inquérito.