Morreu no Hospital de Pronoto-Socorro (HPS) João XXIII o jovem Felipe Henrique da Silva, de 20 anos, que foi atingido por uma bala perdida quando trabalhava com seu pai vendendo cachorro-quente na porta de uma boate no bairro Prado, na região Oeste de Belo Horizonte. O rapaz foi baleado no sábado (27) e teve a morte cerebral confirmada na unidade de saúde nesta segunda-feira (29).
Em conversa com a reportagem de O TEMPO, o irmão do ambulante, um DJ de 22 anos, confirmou a morte bastante emocionado. “Era pra ele estar lá no hospital ainda, mas a médica não deixou os aparelhos do meu irmãozinho ligado. Ela falou que era só um corpo! Eu tinha tanta fé..”, lamentou o rapaz.
O tiroteio aconteceu na madrugada do sábado na porta da casa de shows City Hall, que fica na avenida Tereza Cristina. O local é o mesmo onde aconteceu a tragédia do Canecão Mineiro, quando sete pessoas morreram e 197 ficaram feridas em 2001, após um incêndio.
O cabeleireiro Adalgiso Leandro Gomes, de 28 anos, foi morto com oito tiros após se envolver em uma confusão no interior da boate, onde acontecia um baile funk. O pai de Felipe, Sany Souza Silva, de 44, também foi atingido por estilhaços durante o tiroteio, mas recebeu alta no mesmo dia. A perícia recolheu cápsulas deflagradas de 9 mm no local do crime.
Testemunhas disseram à Polícia Militar (PM) que, antes de atirar, o autor teria gritado para a vítima: “É aquele vacilo lá”, e descarregou a pistola em seguida. Depois, o suspeito teria gritado: “matei, matei, matei”, enquanto corria em direção de um veículo Hyndai i30 de cor vermelha, que o aguardava, e o carro saiu em alta velocidade na contramão.
Na época do crime, o irmão de Felipe chegou a conversar com a reportagem. “Eles estavam só trabalhando. Não tinham nada com a briga. Eles sempre estão lá na porta da boate. Todo evento que tem lá, eles vão para vender cachorro-quente”, contou o DJ.