A morte cerebral do escrivão da Polícia Civil Cláudio Roberto Passos, de 42 anos, que na manhã de quarta-feira (16) invadiu a Câmara Municipal de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, e matou a tiros a secretária Ludmila Braga, de 27, foi confirmada na tarde desta quinta-feira (17) pelo delegado regional da cidade, Christiano Xavier. Cláudio permanece internado no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII (HPS) e permanece com os aparelhos ligados, segundo o policial.
O inquérito que apura o caso é conduzido pela delegada da Homicídios de Contagem, Fernanda Fiúza, que já tem as imagens mostrando o momento em que Cláudio chegou à Câmara Municipal.
A assessoria de imprensa da Polícia Civil informou que as imagens não poderão ser divulgadas. Detalhes da apuração deverão ser passados à imprensa na próxima semana, segundo adiantou Christiano Xavier.
O HPS informou, por meio da assessoria de imprensa, que não informa o estado de saúde de seus pacientes.
Abalados, familiares e amigos que participavam do velório de Ludmila, na manhã desta quinta-feira, não quiseram falar com a imprensa sobre a morte.
Apenas um amigo dela conversou com a reportagem durante o velório dela no cemitério Renascer, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte,
Um colega de trabalho da jovem, Geraldo Mendes, assessor do vereador Jerson Braga Maia, o Caxicó (PPS), para quem Ludmila também ela também trabalhava, contou que escutou os disparos pelo telefone.
“Estava conversando com um amigo que estava na sala ao lado da dela. De repente, escutei os estampidos dos tiro, ele me deixou na linha e, quando voltou falou: ‘Geraldo, entrou um louco aqui e atirou na Ludmila. Eu estou abalado até agora”, disse.
Segundo o assessor, Ludmila era dedicada ao trabalho e carinhosa com todas as pessoas. O vereador Caxicó também esteve no cemitério, mas não quis comentar o caso.
O crime
A jovem foi morta pelo escrivão da Polícia Civil Cláudio Roberto Passos, de 42 anos, com quem teve um relacionamento amoroso, que terminou há alguns meses.
Nessa quarta, a jovem tinha acabado de pegar serviço no gabinete do vereador Jerson Braga Maia, o Caxicó (PPS), quando foi abordada pelo policial civil.
Para ter acesso à sala do político, o homem se apresentou na portaria como policial e conseguiu entrar armado. Após o crime, ele atirou contra a própria cabeça.
Este é o segundo caso de violência contra mulheres envolvendo policiais civis em Minas em dois dias. Em Belo Horizonte, 31 mulheres foram vítimas de homicídio e tentativa de homicídiode janeiro a março deste ano, segundo a Sesp. Em todo o Estado, foram 346 casos no mesmo período.