Durante o seu mandato presidencial, cada viagem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a lazer ou para passear de moto envolveu um custo médio de 100 mil reais para os cofres públicos. Nos compromissos, o ex-capitão costumava ser acompanhado de até 300 militares.
As informações foram reveladas nesta segunda-feira, 23, pelo jornal O Estado de S. Paulo, em parceria com a Fiquem Sabendo, agência de dados especializada no acesso a informações públicas. Os números constam em notas fiscais que mostram gastos com cartão corporativo de Bolsonaro.
Cada viagem do ex-presidente para a realização de “motociatas” exigia gastos com hospedagem para cerca de 30 servidores públicos. O gasto com alimentação, por exemplo, era feito para aproximadamente 300 pessoas da área militar que davam suporte no lugar em que o evento seria realizado.
Segundo as notas reveladas, um único passeio de moto de Bolsonaro no Rio de Janeiro, em maio de 2021, custou 116 mil reais para os cofres públicos. O evento contou com suporte dos policiais militares locais, a tropa de choque, socorristas e agentes do Exército.
Os números mostram, ainda, que era comum, em cada viagem, a aquisição de 300 lanches de 30 reais cada, totalizando 9 mil reais por evento. Os documentos apontam que os locais onde a tropa de apoio a Bolsonaro se alimentava de modo mais frequente eram as padarias Tony e Thays (com 102 compras, totalizando 126 mil reais), em São Paulo, e Santa Marta (com 24 compras, totalizando 364 mil reais) , no Rio de Janeiro.
As contas apresentavam valores altos em razão da grande quantidade de pessoas envolvidas nos passeios de Bolsonaro.
Os gastos com combustíveis das aeronaves não foram revelados, uma vez que eram custeados pela Força Aérea Brasileira. Entretanto, o que se servia nos trajetos (conhecido com serviços de comissaria, a exemplo da alimentação a bordo) era pago com cartão corporativo, em uma média de 4 mil reais por viagem.
As “motociatas” foram promovidas de modo constante durante o governo Bolsonaro. Os eventos tinham como único objetivo aproximar o ex-presidente dos seus apoiadores e não eram marcados pelo anúncio de novas políticas públicas ou ações do governo federal.
Até o momento, Bolsonaro não se pronunciou sobre a nova revelação de gastos com o cartão corporativo.