A fisioterapeuta Camilla Thomé abasteceu o carro há uma semana e programou para essa quinta-feira (31) uma busca por mais gasolina. Ela saiu de sua casa no bairro Planalto, na região Norte de Belo Horizonte, por volta das 9h20 e, às 10h30, conseguiu colocar 20 L em um posto da avenida Cristiano Machado – o máximo fixado por cliente no estabelecimento. “Foi fundamental eu ter me preparado para ir cedo porque, logo depois que cheguei, a fila começou a ficar quilométrica”, relata Camilla.
A facilidade encontrada pela fisioterapeuta ainda não é rotina na capital. Apesar de haver mais postos com gasolina do que nos últimos dias, a maioria ainda está fechada, e as filas continuam enormes. O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro) calcula que, com a greve dos caminhoneiros, 95% dos postos da capital ficaram desabastecidos, mas estima que, até este sábado (2), quase todos já tenham gasolina.
Camilla atribui a “agilidade” da fila que enfrentou ao fato de seu pai ter conversado com um dos frentistas do posto – que estava fechado – e ele ter avisado que havia previsão de receber gasolina no mesmo dia. “Quando cheguei, eu era a 12ª da fila, e não havia previsão do horário em que o combustível estaria disponível. Mas resolvi ficar esperando e tive sorte de não ter demorado muito para o caminhão com a gasolina chegar”, diz a fisioterapeuta.
A “sorte” também acompanhou a artista plástica Andrea Azzi, que mora em um condomínio na estrada de Nova Lima. Ela encontrou gasolina em um posto na avenida Nossa Senhora do Carmo, na Savassi, região Centro-Sul da capital: ficou “apenas” 30 minutos na fila e, às 14h, saiu com o tanque abastecido. Para ela, houve “muita sorte”. “Eu precisava me deslocar de qualquer jeito para abastecer, pois, se não conseguisse, ficaria ilhada. Quando cheguei à avenida Nossa Senhora do Carmo, vi que alguns motoristas aguardavam atendimento em um posto. Eu perguntei se ali ainda tinha gasolina e soube que sim. Então, resolvi esperar, e rapidinho fui atendida. Mas acho que dei muita sorte”, conta.
Andrea ressalta que, no caminho de Nova Lima para Belo Horizonte, encontrou postos fechados e outros com filas imensas. “Ainda bem que consegui reabastecer naquele, senão poderia encontrar situações piores”, completa a artista plástica.