Os motoristas de ônibus urbanos e rodoviários têm mais chance de serem contaminados por coronavírus do que os profissionais de saúde em geral, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Para essa categoria, que soma cerca de 350 mil trabalhadores em todo o Brasil, e que tem interação constante com um grande número de pessoas, o risco de contágio é superior a 70%.
Já para os trabalhadores que atuam na saúde, estimados em 2,6 milhões, esse índice é de acima de 50% em média. Mas, entre os diversos tipos de profissionais, o risco também varia, chegando a 100% no caso dos técnicos em saúde bucal, considerados os profissionais mais vulneráveis, em função do ambiente em que trabalham e da proximidade física com os pacientes.
O pesquisador Yuri Lima, que liderou esse estudo, reforça como é preciso manter as medidas de isolamento social, inclusive para minimizar os riscos para quem precisa continuar trabalhando.
Outros profissionais que também teriam risco superior a 70% são os professores, mas, como as aulas presenciais estão suspensas em todo o país, justamente para evitar o contágio, a situação atual é diferente.
No entanto, para uma boa parte dos cerca de 5 milhões de trabalhadores do comércio, o risco ainda existe já que estabelecimentos como supermercados e farmácias continuam abertos por prestar um serviço essencial. Nesse caso, o risco de contágio é de, em média, 53%.