O Ministério Público Estatual (MPE) recomendou que a Fundação de Assistência, Estudo e Pesquisa de Uberlândia (Faepu), que administra o Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), reduza a folha de pagamento em 50%.
A situação da Faepu no Município de Capinópolis, onde mantém o atendimento público no hospital e no pronto socorro com repasses da prefeitura, não foi citada pelo MPE.
O motivo é que, para o MPE, os gastos altos com funcionários inviabilizam o atendimento adequado à população. Sobre o assunto, o diretor executivo da Faepu, Alair Benedito, disse ao MGTV que a sugestão “é muito bem vinda, mas ressaltou que as contas já são auditadas naturalmente por uma empresa independente”.
A fundação acumula uma dívida de quase R$ 50 milhões e, para os promotores responsáveis pelo caso, é impossível sobreviver sem diminuir consideravelmente os gastos, principalmente com a folha de pagamento. “Dos recursos da União que vão pra Faepu, quase 70% vão pro RH com os servidores, e isso é insustentável porque sobra 30% pros insumos do hospital. Então precisa enxugar essa máquina. Por isso, o MPE recomendou diminuir os gastos com a folha de pagamento ”, explicou Fernando Martins, promotor de justiça.
Para a Promotoria, os cortes podem ser feitos em setores administrativos e a redução do número de plantão de médicos também é uma medida considerada necessária. Além disso, a fundação pode vender parte do patrimônio para recuperar a credibilidade com os fornecedores, passar parte do patrimônio para a UFU e contratar organização social para gerenciar o HC e, assim, ter mais flexibilidade para administrar o HC.
O promotor também comentou que o MP vai exigir da Faepu novas prestações de contas e, se for o caso, fazer uma extensa auditoria que pode revelar outra situação que vai exigir outra postura do MP. “Já oficiei a Procuradoria Geral da Justiça para que essa auditoria começasse o mais rápido possível. Esse tipo de gestão deve ser mudado”, concluiu Martins.
Faepu
Para a Tv Integração, o diretor executivo da Faepu informou ressaltou que as contas são auditadas por uma empresa independente, por um conselho fiscal, por outro conselho de curadores, pelos órgãos de controle da universidade, pela assembleia e ainda estão disponíveis para o Ministério Público. Alair Benedito reconhece que o gasto com a folha de pagamento é muito alto financeiramente, mas que é um montante necessário para manter o hospital e a prestação de serviço para a comunidade.
Segundo ele, 99% dos funcionários da Faepu estão trabalhando dentro do hospital, portanto, a folha de pagamento é uma consequência da necessidade e a receita da fundação é pequena. Benedito também comentou que respeita a opinião dos prefeitos da região que participaram de uma reunião realizada nesta sexta-feira (17) na Associação dos Municípios da Microrregião do Vale do Paranaíba (Amvap), mas pediu que os políticos trabalhem mais na busca de recursos para o hospital ao invés de ficarem enviando pacientes de forma irresponsável para o HC-UFU.