O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a Polícia Civil de Minas Gerais deflagraram, na manhã desta terça-feira (11), uma operação na Câmara Municipal de Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte. O objetivo é combater a chamada “rachadinha”, a influência de vereadores na destinação de cargos públicos, as fraudes a processos licitatórios no Poder Legislativo e Executivo no município e apurar a lavagem de valores decorrentes da práticas criminosas.
Treze mandados de busca e apreensão e dois de prisão estão sendo cumpridos. Os mandados de prisão se destinam a um vereador e seu chefe de gabinete. As buscas e apreensões são realizadas na residência e no gabinete do vereador investigado, na residência do chefe de gabinete e de outros agentes públicos envolvidos e também na sede de uma empresa e na casa de um empresário envolvido. Os nomes dos investigados não foram divulgados.
“As medidas cautelares deferidas objetivam a colheita de provas da prática de crimes de associação criminosa, peculato, concussão e lavagem de dinheiro, cujas penas somadas podem chegar a 37 anos de prisão. Os mandados de prisão e de busca e apreensão, requeridos pelo MPMG e PCMG, foram deferidos pela juíza da comarca de Nova Lima”, informou o Ministério Público.
Participam da operação três promotores de Justiça e 58 policiais civis. As investigações feita pelo MPMG e pela polícia apontam indícios de que ao menos um vereador de Nova Lima recebeu valores oriundos dos salários de assessores parlamentares, ou seja a “rachadinha”, agindo, para a execução dos atos ilícitos, com o auxílio do seu chefe de gabinete e outros integrantes de seu gabinete.
As investigações apontam também que o vereador tem uma relação estreita com um empresário da cidade. A empresa desse investigado firmou contratos com o município possivelmente com influência do vereador. Além disso, há indícios de “loteamento” de cargos no Poder Executivo para atender as indicações de vereadores.
“Os trabalhos de hoje são o desdobramento da operação “Contrato Leonino”, deflagrada em dezembro de 2020 pela Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, e resultado das diligências investigativas realizadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Grupo Especial de Promotores de Justiça de Defesa da Probidade Administrativa e do Patrimônio Público (GEPP) e Grupo de Combate às Organizações Criminosas (GCOC)”, conclui o MPMG.