Três mandados de busca e apreensão foram cumpridos na manhã desta terça-feira (4), na abertura da operação Ressonância, que investiga desvio de verba pública no Hospital São João Batista, em Viçosa, na Zona da Mata Mineira.
A operação foi instaurada pelo Ministério Público de Minas Gerais, por meio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) da região da Zona da Mata Mineira e também contou com o apoio das polícias Militar e Civil. O hospital é uma entidade privada sem fins lucrativos conveniada ao Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com o promotor de Justiça e também coordenador do Gaeco Zona da Mata, Breno Coelho, contou a reportagem do Estado de Minas que os funcionários do hospital se valiam da posição de acesso a recursos e realizavam desvios que eram direcionados a instituição de saúde.
"Então, esses valores entravam no hospital como receita e determinados servidores desviavam esses montantes. Em pequenas quantidades [entre R$ 1000 e R$ 2000], de modo a não levantar suspeitas", disse.
Ainda de acordo com o promotor, o prejuízo levantado até o momento pelas investigações passava dos R$ 100 mil.
No mesmo hospital, em 2019, o MPMG denunciou uma servidora que havia desviado quase R$ 730 mil. Ela responde pela prática de 114 crimes de peculato, que prevê pena de dois a 12 anos de prisão.
Crime esse que poderá ser respondido também por essas pessoas que estão sendo investigadas agora em 2023. Nas investigações comandadas neste ano, foram recolhidos pelos mandados de busca e apreensão aparelhos eletrônicos, documentos contábeis, cópias dos dispositivos eletrônicos do hospital que serão encaminhados à perícia para a melhor compreensão dos fatos.