Está em casa desde terça-feira (2) a servidora pública de 32 anos que foi atingida na cabeça por uma bala perdida enquanto comemorava a virada do ano com amigos e o companheiro em um bar do Buritis, na região Oeste de Belo Horizonte. A suspeita é de que o projétil tenha sido disparado para o alto por alguém durante os fogos de artifício do Ano-Novo.
A informação de que P.P.C.C. recebeu alta na manhã de terça foi repassada para O TEMPO por uma amiga dela que não quis ser identificada. “Ela passa bem, mas ainda está se recuperando principalmente do trauma. No momento eles não querem dar entrevista”, disse.
A Polícia Civil (PC) de Minas Gerais anunciou também na terça que irá instaurar um inquérito para investigar o caso. A apuração ficará a cargo da 4ª Delegacia do Barreiro, que seria a responsável pela área onde a vítima foi baleada.
Era por volta de 1h de segunda-feira (1º) quando a servidora pública deu entrada no Hospital de Pronto-Socorro (HPS) João XXIII por volta de 1h, levada no carro de amigos. A mulher estava no bar “Miguelito” com o marido e amigos quando, de repente, sentiu uma forte dor na cabeça.
Segundo um relato feito nas redes sociais pela amiga da vítima, o local estava cheio de crianças e idosos. “Tinha até cama elástica com crianças. De repente, minha amiga (que estava sentada na minha frente) sentiu uma dor forte na cabeça e ficou meio desacordada nos braços do marido”, detalha a amiga.
Os presentes ficaram sem entender o que estava acontecendo, enquanto a mulher chorava com as mãos na cabeça. “Até que meu marido ‘descobriu’ uma bala de revólver enfiada no topo da cabeça dela. Entrou na cabeça e ficou um pouco pra fora”, diz a testemunha no texto. Ainda segundo o relato, Paula passou por uma cirurgia e ficará em recuperação na unidade de saúde pelo menos até quarta-feira (3). “A bala não entrou no cérebro por 4 milímetros. Ficamos todos em estado de choque. Eu, grávida de 7 meses, passei mal hoje o dia inteiro, em choque”, completa a amiga da vítima.
A reportagem conversou com o major Anderson Bima Celante, que é comandante do batalhão que atua na região do Buritis. Segundo ele, o disparo possivelmente saiu de algum lugar distante do bar. “Não foi algo direcionado para a vítima, nem mesmo para os clientes daquele bar. Foi algo isolado, alguém que deu um tiro para o alto, e o projétil atingiu a mulher. Nunca registramos um fato desse tipo na região. Por sorte não aconteceu algo mais grave”, disse. Conforme o militar, a vítima provavelmente não teria sobrevivido se o disparo tivesse ocorrido de uma distância menor.
Ainda de acordo com o militar, caso o autor do disparo seja identificado, ele poderá responder criminalmente, por exemplo, pelos crimes de disparo de arma de fogo em via pública e até por lesão corporal.
Preso e liberado
Por falta de provas até o momento, a Justiça negou o pedido de prisão preventiva do homem suspeito de ter provocado a morte do menino Arthur Aparecido Bencid Silva, de 5 anos, na noite de ano-novo em São Paulo. A Polícia Civil liberou o preso nesta quarta-feira (3), mas pediu exame de perícia para verificar se a bala que atingiu a criança partiu da arma dele.
Uma análise da trajetória da bala também será requisitada ao Instituto de Criminalística. O delegado responsável pela investigação, Antônio Sucupira, acredita que terá os laudos em mãos em até três ou quatro dias. Em entrevista à Globo News, ele ressaltou que o homem, que foi denunciado anonimamente, permanece como suspeito.
Ao ser detido, ele admitiu que estava alcoolizado e que disparou para o alto com um revólver de calibre .38 para comemorar o réveillon. Porém, diz que estava no bairro Jardim das Imbuias, distante cerca de 30 quilômetros da casa onde Arthur brincava, na Vila Andrade, na zona sul da capital.
O menino caiu subitamente com um sangramento na nuca e, depois de exames, os médicos verificaram que ele havia sido atingido por uma bala de arma de fogo que atravessou o crânio.