Rayder Bragon – Repórter em Belo Horizonte
Segundo o MP, Érika e seu pai planejavam um golpe na seguradora, mas um desentendimento entre os dois a levou a planejar matá-lo com a ajuda no namorado e o sogro, um cabo reformado da Polícia Militar mineira
A ex-estudante de direito Érika Passarelli, 31, foi condenada na madrugada desta terça-feira (11) a 17 anos de prisão em regime fechado pela morte do próprio pai, ocorrida em agosto de 2010, e da qual ela era acusada de ser a mentora do crime para se beneficiar de um seguro de R$ 1,2 milhão.
A sentença foi lida pelo juiz Antônio Francisco Gonçalves no Fórum Edmundo Lins, da cidade de Itabirito (55 km de Belo Horizonte), às 2h49. Segundo a assessoria do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG), Érika concorreu para que terceiros “desferissem golpes contra a vítima Mário José Teixeira Filho, 50, provocando lesões que foram causa de sua morte”.
A mulher, que está presa desde março de 2012 em Minas Gerais, ficou um ano foragida da polícia e foi localizada em um bordel no Rio de Janeiro, segundo a investigação.
Durante o julgamento, que começou na manhã desta segunda-feira (10), a ré negou a acusação de homicídio duplamente qualificado.
Sobre a sua fuga, ela disse que não poderia provar sua inocência estando presa em Minas Gerais. O UOL não conseguiu contato com os advogados de defesa da mulher.
Relembre o caso
Conforme o inquérito, ela teve a ajuda de um ex-namorado e do pai dele, um cabo reformado da Polícia Militar mineira, no assassinato de Mário José Teixeira Filho, 50. A vítima foi encontrada morta em agosto de 2010, na BR-356, nas proximidades de Itabirito.
Segundo o Ministério Público, pai e filha planejavam um golpe na seguradora, cujo seguro tinha como beneficiária a ex-estudante, mas um desentendimento entre os dois a levou a planejar matar o pai, com a ajuda da dupla.
A seguradora acabou não pagando o valor à ex-estudante em razão da investigação da polícia sobre a morte do titular.
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) informou que o processo do ex-namorado e do pai foi desmembrado do processo de Érika em razão de, à época do crime, os dois estarem presos, e a ex-estudante ter fugido. Por conta disso, dois outros réus acusados de terem ajudado a estudante no crime ainda não tiveram a situação definida pela Justiça e respondem ao processo em liberdade.