A violência doméstica envolvendo um casal acabou de forma trágica na madrugada desta quinta-feira (21), em Ribeirão das Neves, região metropolitana de Belo Horizonte. Segundo os vizinhos, as brigas envolvendo o pedreiro Edvaldo Andrade de Freitas, de 44 anos, e a namorada dele, Loren Sthefany Naum, de 21, eram constantes. Por volta das 4h, moradores da rua Osvaldo Cruz, no bairro Botafogo/Primeira Seção, foram acordados com o barulho de mais uma briga do casal que, desta vez, acabou de forma trágica.
A mulher acertou uma facada no peito do companheiro e ele tomou a arma e a matou com três golpes, um na cabeça, outro no pescoço e um na axila. Os vizinhos contam que já esperavam pelo o pior. “Eles eram amigados, moravam junto, mas brigavam muito. Ela batia nele, ele batia nela. Direto eles brigavam, tinha gritaria. Ela ia embora de casa e depois voltava”, contou uma vizinha, que pediu para não ser identificada.
De acordo com o sargento do 40º Batalhão da PM, Cleiton Eurico, o casal estava embriagado e há informações de que foi um crime passional, pela vítima ser garota de programa e o pedreiro ter muito ciúme dela. “Em conversas com as pessoas, elas contam que a vítima era garota de programa e houve um desentendimento por causa do ciúme por parte dele”, contou sargento Cleiton. “Eles eram namorados, mas já moraram juntos. Separaram e depois voltaram, segundo testumunhas”, completou.
O sargento Daniel Coutinho, do mesmo batalhão, conta que a PM foi chamada para atender a ocorrência de homicídio e encontrou o pedreiro na porta da residência. O pedreiro alegou para a polícia que havia sido agredido com uma faca e que tomou a arma e acertou alguns golpes na companheira. Edvaldo alegou que a briga foi por motivo fútil. Ele foi atingido com uma facada no lado esquerdo do peito, mas sem gravidade, foi socorrido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Justinópolis e depois levado preso para a delegacia de Ribeirão das Neves. O pedreiro não quis falar com a reportagem de O TEMPO.
REINCIDENTE
Edvaldo já responde a processo por outro homicídio. A lâmina da faca usada por ele para matar a companheira chegou a entortar, o que demonstra, segundo o sargento Coutinho, a gravidade da violência praticada pelo pedreiro. “Demonstra a violência e os locais onde ele desferiu os golpes. A cabeça é uma região mais firme e no pescoço. Pode ter acertado um osso”, comentou.
DEMORA
O crime aconteceu por volta das 4h e o corpo da vítima permaneceu na residência, onde também mora a família do pedreiro, até às 10h, aguardando o rabecão da Polícia Civil para ser removido para o Instituto Médico Legal (IML). “Segundo informações passadas para a gente, o pessoal que faz a remoção de corpos estava na troca de plantão e que essa troca seria às 7h. Contudo, eles foram acionados às 5h”, disse o sargento Coutinho. A Polícia Civil foi questionada sobre a demora na remoção do corpo e ainda não se manifestou.