Deise Moura dos Anjos, de 42 anos, foi presa temporariamente no domingo (5) suspeita de envenenar um bolo que resultou na morte de três membros da mesma família em Torres, Rio Grande do Sul. As vítimas, Neuza Denize Silva dos Anjos, Maida Berenice Flores da Silva e Tatiana Denize Silva dos Anjos, faleceram após consumirem o bolo no dia 23 de dezembro de 2024.
Pesquisa sobre arsênio: O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul confirmou à RBS TV que Deise realizou buscas na internet sobre arsênio antes do incidente. Um relatório preliminar dos dados do celular da suspeita revelou pesquisas no Google Shopping pelo termo “arsênio”.
Arsênio: Este elemento químico, conhecido por seu uso em pesticidas, pode causar intoxicação alimentar grave, reações alérgicas, câncer e morte em caso de exposição significativa. A concentração de arsênio encontrada nas vítimas foi extremamente alta, com uma delas apresentando 350 vezes a quantidade letal, segundo a diretora do Instituto-Geral de Perícias (IGP), Marguet Mittman.
Investigação e Prisão: Deise, que é nora de Zeli dos Anjos (a autora do bolo), está detida no Presídio Estadual Feminino de Torres, acusada de triplo homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e uso de veneno, além de três tentativas de homicídio. A polícia descobriu que a fonte da contaminação foi a farinha utilizada no bolo, com uma das 89 amostras coletadas na casa de Zeli apresentando arsênio.
Detalhes do Crime: Durante a coletiva de imprensa, o delegado Marcus Vinícius Veloso indicou que as provas contra Deise são robustas, mas não revelou detalhes para não prejudicar as investigações. Ele confirmou a intenção criminosa de Deise, classificando o ato como doloso. Ainda não se sabe quem era o alvo principal do envenenamento ou como Deise obteve o arsênio.
Vítimas: Além das três mortes, Zeli dos Anjos, que preparou o bolo, está em estado estável no hospital após deixar a UTI, e uma criança de 10 anos que também comeu o bolo já recebeu alta.
Sintomas: O bolo apresentava um gosto apimentado e desagradável, levando Zeli a interromper seu consumo após as primeiras reclamações. Sintomas de intoxicação apareceram logo após o consumo.
A investigação está em andamento para esclarecer todos os detalhes do caso, incluindo a motivação do crime. A prisão de Deise tem validade de 10 dias, período durante o qual a polícia espera concluir suas investigações.
Fonte: RBS TV, Tribunal de Justiça do RS, Polícia Civil, Instituto-Geral de Perícias.