A mulher agredida a golpes de faca pelo ex-namorado, e que ficou com o objeto cravado no rosto, acordou anteontem do coma induzido e acusou o companheiro de estuprá-la. A operadora de caixa Juliana dos Santos Lima, de 32 anos, estava sedada no Hospital de Pronto Socorro João XXIII desde que foi agredida pelo ex-namorado Gilcimar Santos Ferreira, de 37 anos, no último domingo, em Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Em depoimento ao acordar, ela disse que, após o término do relacionamento com Ferreira, ele chegou a estuprá-la. “Por duas vezes, após o término do relacionamento, ele a levou para casa dele, colocou uma faca em seu pescoço e a obrigou a ter relações sexuais” explicou a delegada responsável pelo caso, Nicole Perim.
Apesar de ter relatado que o ex-companheiro sempre foi violento, Juliana nunca prestou queixa à polícia. A vítima foi transferida para a maternidade Odete Valadares, após os médicos desconfiarem de que ela possa estar grávida. Ela vai passar pela avaliação de um ginecologista.
Relembre
De acordo com as investigações, no último domingo a noite, após o trabalho, Juliana teria ido à casa de seu chefe para devolver um objeto que teria pegado emprestado. Em seguida, ela se dirigiu para casa. No caminho, ela foi surpreendida por Ferreira, que saltou por de trás de um ônibus com a faca em punho para atacá-la.
A vítima sofreu golpes de faca na perna, no braço direito e na região da costela. Uma outra facada a atingiu Juliana logo abaixo do olho esquerdo. “A faca ficou cravada no rosto dela. Ele tentou tirar e não conseguiu. Ele então ficou nervoso e fugiu do local”, disse a delegada Nicole Perim. A lâmina de 23 cm entrou pelo olho da vítima. De acordo com a Polícia Civil, Ferreira, que foi preso, admite ter atacado Juliana por ciúmes após, segundo ele, ter a visto beijar outra pessoa.
Não é a primeira vez
Juliana teria decidido terminar o relacionamento após descobrir que Gilcimar Ferreira estava em liberdade condicional, desde maio do ano passado, por ter cometido um homicídio em 2009, na cidade de Governador Valadares, na região do Rio Doce.
De acordo com a Polícia Civil, o crime também teria ocorrido por ciúmes. “Ele disse que teria matado um homem que estaria dando em cima da sua então namorada”, explicou a delegada, Nicole Perim.
Durante a investigação, a polícia conseguiu traçar o perfil de Ferreira. “É um perfil muito típico de um agressor de mulheres, que as reprime e as deixam com medo de procurar a polícia”, disse a delegada.