A Polícia Militar (PM) de Janaúba, no Norte de Minas, descobriu um infanticídio na madrugada desta quinta-feira (15) após a mãe da criança, que teve a gravidez constatada dois dias antes ao procurar o hospital da cidade, voltar à unidade de saúde já sem o bebê na barriga. O recém-nascido morreu após ser colocado pela mulher de 24 anos em uma bolsa, enrolado em panos, logo após o parto.
De acordo com a corporação, era por volta de 00h37 quando os militares foram acionados no Pronto-Socorro do Hospital Municipal. Os médicos relataram que a suspeita, identificada apenas como S.M.M., esteve na unidade com uma hemorragia na terça-feira (13), quando teve a gravidez de nove meses constatada pelo médico.
Já na madrugada de quinta, ela voltou ao hospital, também com muito sangramento, mas, desta vez, sem o bebê. Indagada pelos policiais sobre a localização do feto, a mulher alegou que não sabia que estava grávida e que não existia feto, mas apenas que teve um sangramento na casa de sua avó e que por isso procurou a unidade de saúde.
Diante da suspeita, a PM deslocou então até a casa da avó da suspeita. A idosa relatou que a neta dormiu em sua casa e, durante a madrugada, foi acordada por ela toda ensanguentada. A mulher queria ajuda da avó para ligar o chuveiro e a tomar banho.
Questionada sobre a existência de um possível feto, a idosa levou os policiais até o quarto onde a neta estava, onde foi achada uma bolsa contendo em seu interior o feto do recém-nascido do sexo masculino, já com mal cheiro.
De volta ao hospital, a suspeita acabou confessando que dormiu na casa da avó e, por volta das 4h de terça, sentiu dores na barriga e percebeu que a criança estava nascendo. Após o nascimento, ainda sozinha, ela colocou a criança na bolsa e se arrastou até o quarto da avó para pedir ajuda.
A mulher não foi conduzida para a Delegacia, devido ao seu estado de saúde, já que ela precisou continuar internada no Pronto-Socorro sob-escolta policial. Ela deverá ser autuada por infanticídio, crime que tem pena prevista de 2 a 6 anos de prisão.
Criança estava na bolsa há pelo menos dois dias
Os policiais conversaram então com uma tia da suspeita, que contou que na terça-feira pela manhã foi até o quarto para ajudar a sobrinha a limpar o local, que estava sujo de sangue. Foi então que ela encontrou uma bolsa que cheirava mal e, ao abrí-la, localizaram o bebê encoberto por panos.
A tia da suspeita não soube explicar o porquê da família não ter acionado a PM. Ainda segundo uma outra testemunha, a mulher estava com a barriga grande, aparentando estar grávida, mas alegava que estava doente.
Ela afirmava que tinha um cisto no útero, que teria sido confirmado pelo médico, e que precisaria passar por uma cirurgia.