Musa do Brasil reúne diversidade feminina

Central de Jornalismo

Anos atrás, uma mulher trans jamais seria aceita em um concurso de beleza feminino. Os tempos, no entanto, são outros. O Musa do Brasil, que vai revelar a nova beldade nacional no próximo dia 5, além de contar com diferentes padrões de beleza, tem como representante do Estado de Roraima a trans Paloma Salume.

“Só descobrimos que ela era trans na fase presencial, quando decidiu contar sobre sua trajetória e sua mudança de sexo”, conta Eduardo Graboski, um dos idealizadores do concurso, radiante com a presença da modelo. “Ela é linda, querida por todas as candidatas, tem um potencial incrível e é engajada na luta pelos diretos dos gays e transexuais”, aponta.

O concurso Musa do Brasil, então, propõe-se a revelar mais do que “uma mulher bonita e gostosa”. “Queremos provocar a reflexão sobre os padrões de beleza e mostrar que mulheres reais – que não estão necessariamente no meio artístico – também podem disputar um título nacional como esse. Neste ano, a ideia é trabalhar a diversidade”, explica Graboski, salientando que “a beleza vai além das tendências midiáticas”.

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Premiação

As três primeiras colocadas no Musa do Brasil, além do título de beldade brasileira, vão assinar um contrato com a revista “Sexy”. A edição com a nudez das vencedoras será publicada no próximo mês. As campeãs também receberão um contrato de divulgação de R$ 24 mil e estão confirmadas no Carnaval de São Paulo.

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As inscrições para a edição 2018 do concurso, de acordo com Graboski, serão abertas no dia 8 de dezembro, logo após a Musa de 2017 ser revelada. “A expectativa é atrair mais modelos de todo o Brasil e trabalhar o conceito de diversidade”, crava o empresário.

Marciele Vasconcelos é a representante de Minas

Ao todo, 6.211 mulheres se inscreveram no Musa do Brasil 2017. “Fizemos uma seleção por fotos e, depois, presencialmente. Optamos por modelos com diferentes padrões de beleza e histórias de vida interessantes”, explica Eduardo Graboski, um dos idealizadores do concurso. Assim, os realizadores da disputa chegaram ao nome de 26 garotas – entre eles, o da mineira Marciele Vasconcelos.

Dona de 100 cm de bumbum e com planos de cursar psicologia no próximo ano, a mineirinha, que nasceu em Pará de Minas, no Centro-Oeste, entrou na disputa com a esperança de abrir novas frentes de trabalho. “Caso vença, vou dar continuidade a minha carreira como modelo”, conta ela, que nunca participou de nenhum outro concurso. “Sou iniciante”, diz, aos risos.

Entre os prêmios do Musa do Brasil, está um contrato com a revista “Sexy”. Marciele, no entanto, não pretende posar nua. “Se eu ganhar, irei abrir mão do prêmio. Tenho receio das consequências disso no futuro”, garante a beldade, que nunca teve o sonho de estampar uma publicação voltada para os homens.

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Relação com BH

Simpática e trabalhadora, Marciele saiu de Pará de Minas para ganhar a vida em Belo Horizonte. “E agora estou enfrentando a selva de pedra, São Paulo”, conta ela, que guarda boas lembranças da capital mineira: “A receptividade do povo, o clima ainda meio que interiorano e, claro, os bares e a música sertaneja”.

E a saudade de Minas, às vezes, bate forte. “Gosto daquela coisa de reunir as amigas no fim da tarde pra dar risada. Aqui em São Paulo, o clima é bem diferente, não há essa proximidade entre as pessoas”, revela.

Solteiríssima

Marciele Vasconcelos garante nunca ter saído com gente famosa. “Gosto dos anônimos”, revela, deixando escapar o que um homem precisa ter para conquistá-la: “Maturidade. Experiência conta mais do que qualquer novinho de pele lisa”.

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