Colega de banda e amigo de longa data de Flávio Henrique, o músico Pedro Morais deu um relato emocionado no fim da manhã desta quinta-feira (18), em frente ao Hospital Mater Dei, onde o colega faleceu mais cedo em decorrência da febre amarela. Ele contou que foi um dos últimos a conversar com ele, e que ouviu do próprio músico que ele não havia tomado a vacina. Além disso, existe a possibilidade dele ter contraído a doença em Casa Branca, distrito de Brumadinho, na região metropolitana de BH, onde ele recém adquiriu uma casa próxima de uma região de mata.
“Isso é um alerta para toda a população se vacinar, ele não vacinou, isso acontece, ele confirmou que não vacinou e isso pode acontecer com qualquer um de nós, é uma fatalidade. (…) Ele foi para fora do país, duas vezes à Cuba, alguns anos atrás. E disse que não lembrava se tinha vacinado. Quando você já está infectado, o que fazer? Ele assumiu que não vacinou, alertou a todos nós. O fato disso acontecer com ele, com essa comoção popular neste momento, será importante para ajudar a alertar as pessoas a terem um pouco mais de consciência e se preocupar com suas vidas, se proteger, porque a prevenção é sempre um caminho mais seguro”, alertou Morais com a voz embargada.
Questionado sobre a informação de que Flávio Henrique teria pegado a doença no distrito de Casa Branca, Pedro respondeu dizendo que o amigo estava em uma fase muito feliz. “Casou recentemente com a Cris, estava muito feliz, e esta casa foi uma realização de vida. Ele estava esperando o momento oportuno para comprar uma casa em um local tão bonito, cercado de mata. Mas como tudo na vida, tem todos os riscos”, lamentou o músico.
Pedro Morais ainda lembrou que já chegou a morar com Flávio, que inclusive produziu seu primeiro disco. “A gente está desolado, porque você imaginar que um mosquito, uma coisa tão pequena fez isso, é a prova de que a vida é muito frágil. O Flávio é um cara extremamente generoso, meu parceiro de trabalho, produtor do meu primeiro disco, meu amigo, moramos juntos, somos muito irmãos e imaginar que ele não vai estar mais aqui é uma perda enorme para todo mundo (…) Músico como poucos, tinha uma necessidade de compor o tempo inteiro. Quando moramos juntos, eu acordava com ele tocando piano, me chamando para tocar junto. Um cara extremamente sensível e eu acho que vai fazer muita falta, porque a gente está vivendo um tempo de intolerância muito grande, onde toda demonstração de amor e sensibilidade é necessária para a gente evoluir juntos e dar um passo rumo ao crescimento espiritual, energético”, disse.
Ouça o relato emocionado completo:
O amigo disse ainda que, na noite de quarta-feira (17), els saíram felizes e otimistas do hospital, uma vez que ele estava em assistido e vivia uma fase bem fisicamente. “Ele tinha parado de fumar, estava fazendo exercícios. A gente acreditava que, pela idade, ele tinha condição total de se recuperar, superar essa doença terrível. Anteontem começamos uma campanha de doação de sangue e, ontem (quarta) tinha uma fila na rua do local. Foram mais de 120 doadores. Em meio a uma epidemia, o Flávio sai de cena ajudando a encher os bancos de sangue para ajudar outras pessoas.