Na saideira de Carnaval alguns blocos resolveram se reunir na avenida dos Andradas, na altura do viaduto Santa Tereza, região Leste da capital na manhã desta quarta-feira (14). Para quem ainda quer aproveitar mais um pouco da folia, vale a pena conferir o evento “BH Tá Redondo, Tá Junto”.
A despedida da folia conta com trios elétricos dos blocos Quando Come Se Lambuza, Alô Abacaxi e Funk You. Além disso, se apresentam Rubens Aredes, do Então Brilha; e o DJ Pablo Fuscaldi.
Outros blocos também desfilaram na manhã desta quarta. Antes mesmo de o dia clarear, às 4h20, em um coro que dizia “hoje comigo ninguém pode”, centenas de pessoas se reuniram na oitava edição do bloco Manjericão, que saiu da avenida José Cândido da Silveira, no Cidade Nova, região Nordeste da cidade, e seguiu por cerca de três quilômetros no sentido centro.
Com folhas de manjericão penduradas nas orelhas, o arquiteto Cláudio Dantas, 35, afirmou que o bloco veio trazer a reflexão do uso de ervas naturais sem tabus. “O manjericão veio dos primórdios do país. Hoje, muita gente precisa ir a mercados para comprar aquilo que deveria estar nos nossos jardins. Para fazer um molho pesto precisa pagar. Não faz sentido algum. O que é natural é nosso e deve ser utilizado, sim”, afirmou.
Já a cineasta paulista Juliana Medeiros, 32, veio passar o carnaval em Belo Horizonte pela primeira vez e contou ter se entusiasmado com o fato de ter mais festa mesmo depois do encerramento oficial da folia. “Eu não conhecia nada com uma proposta como essa. É incrível porque é totalmente diferente dos grandes blocos. É uma vibe mais tranquila que parece preparar o corpo para o descanso. Eu vou daqui direto para o aeroporto, mas vou pleníssima”, afirmou.
Além das folhas de manjericão, os trajes verdes e os desenhos de Cannabis também compuseram a “fantasia” do folião que esteve no Manjericão. Em seu oitavo desfile, o bloco já é conhecido por abordar um teor político, principalmente em relação a legalização das drogas.
“Nós podemos notar que esse renascimento do Carnaval de BH vem carregado de um engajamento que era muito comum nos anos 60 e 70. Parte de um povo que está feliz com a festa popular mas que não está esquecido das mazelas do país. O debate da legalização das drogas é extremamente válido e precisa acontecer. O Manjericão não tem preconceito e é de todos e para todos”, afirmou o dançarino Arthur Yuri, 31, que comparece na folia desde a fundação do bloco. Às 9h, os Blocos Arrasta e a Favela descentralizaram a folia desfilando pelas ruas da Vila Antena.