A tão sonhada e aguardada abertura de propostas de compra das usinas Vale do Paranaíba e Triácool decepcionou a região do Pontal do Triângulo Mineiro. Nenhum interessado apresentou proposta de compra das usinas pertencentes à Laginha Agroindustrial S/A na audiência realizada na manhã desta sexta-feira (28) em Coruripe (AL). Segundo análise do site Diário do Poder, o descrédito do Poder Judiciário de Alagoas esvaziou a audiência.
Os magistrados responsáveis pelo processo de falência da Laginha explicaram que para a próxima tentativa de venda, o procedimento adotado será o leilão. Nos próximos dias, os juízes indicarão o leiloeiro responsável. Nesta nova modalidade, o valor de venda das usinas, poderá ser reduzido a 30% do inicialmente avaliado, que era de cerca de R$ 400 milhões.
Recentemente, os filhos do falido usineiro João Lyra, Maria de Lourdes Pereira de Lyra e Guilherme José Pereira de Lyra, tentaram impedir a abertura de propostas nesta sexta-feira, mas a Justiça indeferiu o pedido na terça-feira (25).
A Laginha Agroindustrial também é citada na operação Lava Jato. O ex-presidente e atual Senador da República, Fernando Collor, interviu para que um contrato milionário entre a BR Distribuidora e a Laginha Agroindustrial S/A., fosse firmado. Além do contrato no valor de R$5 milhões, uma linha de crédito no valor de R$2 milhões foi liberada ao grupo JL, de propriedade do falido usineiro João Lyra. A informação é da delação premiada do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró.
Há suspeitas de que um repasse de R$ 300 mil feito pela Laginha Agro Industrial à Gazeta de Alagoas, jornal da família de Collor, seja propina ao senador.
Phillipe Alcântara, Leandro Folly e José Eduardo Nobre são os magistrados responsáveis pelo processo, que tramita na 1ª Vara da Comarca de Coruripe. Participaram da audiência credores, promotores do Ministério Público de Alagoas que atuam no caso e representantes da administração judicial da empresa.