Tratados como azarões no começo do Campeonato Carioca, Vasco e Botafogo fazem a grande decisão do Estadual neste domingo, às 16 horas, no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. O time vascaíno se apega na vantagem construída no jogo de ida e também no retrospecto favorável contra o rival para levantar a taça pela 25.ª vez em sua história, sendo a terceira em quatro anos. Por outro lado, o clube de General Severiano busca o seu 21.º título do torneio que não vence desde 2013.
O primeiro jogo, disputado no estádio do Engenhão, foi vencido pelo Vasco por 3 a 2, de virada, com dois gols de Yago Pikachu e um do argentino Andrés Ríos, que garantiu o triunfo nos acréscimos. Renatinho e Brenner marcaram para o Botafogo. Vale lembrar que os dois times chegaram à decisão mesmo sem vencer nenhum dos turnos do Estadual – a Taça Guanabara foi vencida pelo Flamengo e a Taça Rio ficou com o Fluminense.
Como o regulamento do Campeonato Carioca não prevê vantagem na final e também não há o gol fora de casa como critério de desempate, o Vasco tem a vantagem do empate para sagrar-se campeão. O Botafogo precisa vencer por dois ou mais gols de diferença para levantar a taça. Se vencer por um, o título do Estadual será decidido nos pênaltis.
O “Clássico da Amizade” já foi realizado 324 vezes com ampla vantagem para o Vasco: são 141 vitórias contra 87 derrotas, além de 96 empates. Além disso, esta será a terceira vez nos últimos quatro anos que Botafogo e Vasco disputam a final do Estadual. Nas duas anteriores, em 2015 e 2016, os vascaínos ficaram com o título.
A última vez que o time derrotado no duelo de ida conseguiu reverter a desvantagem e ser campeão foi em 2005. Na ocasião, o Fluminense perdeu por 4 a 3 para o Volta Redonda no primeiro jogo e depois deu o troco por 3 a 1.
A vantagem conquistada no jogo da ida foi relativizada pelo técnico Zé Ricardo, que prometeu que o time cruzmaltino não mudará a sua forma ofensiva de jogar e previu mais um duelo aberto, com muitos gols. “As coisas podem mudar rapidamente. Será um jogo aberto, como foram os outros. A média de gols tem sido alta e acredito que seguirá assim”, afirmou o comandante vascaíno.
O treinador tem dois desfalques para o duelo, sendo um deles muito importante: o meia Paulinho, que fraturou o cotovelo esquerdo na última quarta-feira no confronto contra o Cruzeiro, pela Copa Libertadores. A joia vascaína terá que passar por uma cirurgia para retirada de fragmentos do osso de dentro da articulação e só depois disso será possível estimar o tempo de retorno do jogador. O volante Wellington está suspenso pelo terceiro cartão amarelo e também não joga.
“Lamentável a perda dele (Paulinho) por esse tempo todo, foi uma contusão mais grave do que imaginávamos”, lamentou Zé Ricardo. “Vem crescendo muito seu nível de jogo, não sente o peso das partidas. Muita maturidade. Mas jogamos sem ele outras vezes e conseguimos ser competitivos”, completou o treinador, que não confirmou os titulares e tem Evander, Andrey, Thiago Galhardo e Andres Ríos como algumas das possibilidades para ocupar as vagas abertas.
No Botafogo também há problema. O meia Rodrigo Lindoso levou o terceiro cartão amarelo no jogo de ida da final e desfalca o time. O técnico Alberto Valentim preferiu fazer mistério e limitar-se a dizer que tem quatro opções para substituí-lo, mas sem revelar quais são. Sabe-se que os jovens Matheus Fernandes e Gustavo Bochecha são duas das opções.
Alberto Valentim lembrou da vantagem do rival, mas foi na mesma linha de Zé Ricardo para dizer que não há favorito para o duelo e ressaltou a equilíbrio entre os times nos confrontos anteriores. “Os três jogos mostram o equilíbrio das equipes, mas o Vasco tem uma vantagem”, disse o treinador, que está há dois meses à frente do Botafogo e quer conquistar o Estadual para marcar seu nome na história do clube.
Superesportes