O comandante do Policiamento Especializado da Capital (CPE), coronel Giovanne Silva, informou em coletiva de imprensa que a decisão de empenhar força com relação aos manifestantes que ocuparam todas as vias da avenida Afonso Pena na manhã desta segunda-feira (23) foi estritamente da corporação e seguiu protocolos. “Não recebi nenhuma ligação do prefeito ou do governador”, garantiu Silva. A PM informou que quatro pessoas foram detidas.
De acordo com o comandante, a corporação tentou negociar diversas vezes com os manifestantes, mas eles insistiram em ocupar todas as pistas da avenida. “É uma via muito importante para a sociedade belo-horizontina, que dá acesso ao maior pronto-socorro do Estado”, justificou.
Após essas negociações, a PM deu uma espécie de ultimato para que os manifestantes saíssem da avenida. “Não houve nenhuma negociação e a PM teve que fazer o uso moderado da força”, completou o comandante.
Primeiro os policiais usaram munições de efeito moral, seguidas de granadas de fumaça e, por ultimo, o jato de água. “Algumas pessoas sentaram na via e a gente tentou evitar o contato do policial com manifestante”, explicou o coronel sobre o uso do jato.
A ação comecou por volta de 12h20, 20 minutos após o ultimato. A corporação usou ainda o spray de pimenta, mas informou que não fez uso de balas de borracha. “O spray de pimenta foi usado contra aquelas pessoas que vieram na direção da tropa de choque. Temos inclusive vídeos feitos pela imprensa que mostram pessoas se deslocando”, afirmou o coronel.
Sobre a informação de que o governador Fernando Pimentel (PT) ordenou a abertura de uma sindicância para apurar se houve excessos, Silva informou que a PM está aberta a apurações, mas que o protocolo não será alterado. A PM garante, segundo ele, o direito à manifestação, mas preserva o direito de ir e vir. Além disso, o comandante informou que a própria PM também abre investigação nesses casos. “Até o momento, as imagens demonstram isso, não teve nenhum excesso, foi uso moderado da força, o necessário”, finalizou.