Construída há mais de 80 anos, a estrutura da ponte sobre o rio Caí foi comprometida durante o maior desastre natural que assolou o estado do Rio Grande do Sul, quando um de seus pilares cedeu, interrompendo o tráfego desde o dia 12 de maio de 2024. Em tempo recorde, dois meses antes do prazo previsto, a nova estrutura foi entregue pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, e pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, neste sábado (21).
A ponte, que liga as cidades de Nova Petrópolis e Caxias do Sul, foi a primeira obra emergencial contratada e entregue desde a tragédia. A iniciativa faz parte de uma série de ações do Governo Federal para a melhoria da mobilidade, segurança dos cidadãos e o desenvolvimento do estado.
Com o investimento de R$ 31 milhões, a nova ponte sobre o rio Caí possui uma estrutura mais robusta, com 1,5 metro a mais de altura, 13 metros de largura e 180 metros de extensão. Além de ser essencial para o deslocamento diário dos moradores, a ponte dá acesso a alguns dos pontos turísticos mais movimentados da região, que geram emprego e renda para a população, como a região serrana, conhecida como Rota Romântica, composta por Gramado, Canela, Bento Gonçalves, Garibaldi, Nova Petrópolis e Caxias do Sul.
Durante a inauguração da ponte, o ministro Renan Filho afirmou que esse é apenas o começo de uma série de entregas de obras no estado. “Eu estive aqui umas dez vezes, conversei com os moradores, conheci a região, e eu pude ver de perto um pouco dos desafios enfrentados, e vou voltar muitas vezes aqui representando o presidente Lula para a gente reconstruir cada barreira que foi derrubada pelas chuvas”, declarou.
Para o ministro Paulo Pimenta, a ponte é símbolo da reconstrução do Rio Grande do Sul. “Nós nos desafiamos a entregar antes do Natal, e pouca gente acreditava, mas nós chegamos aqui por meio do trabalho árduo executado noite e dia, demonstrando o compromisso do Governo Federal com o povo gaúcho”, afirmou.
Compromisso
A cerimônia contou com a presença ilustre da dona Ilsi Goldbeck Boschetti, de 88 anos, que viveu ao longo de toda a sua vida na residência a poucos metros do local. Ela presenciou a construção da primeira ponte sobre o rio Caí, inaugurada por Getúlio Vargas, passou pela tragédia que causou a destruição, e agora é testemunha, conforme prometido pelo próprio ministro Renan Filho, da inauguração da nova ponte.
Para garantir a entrega em tempo recorde, foi necessário o empenho máximo dos trabalhadores do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). De acordo com Mauro Roberto, engenheiro responsável pela obra, entre os funcionários havia pessoas que perderam suas casas e veículos. “Vimos a angústia da população, muitos moram de um lado da ponte e trabalham do outro, seus filhos moram aqui e estudam lá, e estavam desesperados quando a nossa equipe chegou para reconstruir”, relatou.
Para Moacir Menegotto, morador local com família instalada na região há mais de 100 anos, após a tragédia, o trabalho do Ministério dos Transportes, por meio do DNIT, foi uma grata surpresa e um alívio para a população afetada pelas enchentes. “Nós esperávamos ficar muito mais tempo sem acesso, mas a equipe esteve aqui prontamente abrindo corredores de emergência e depois trabalhou arduamente para nos entregar a nova estrutura da ponte sobre o rio Caí”, concluiu.