A quantidade de registros de armas de fogo nas mãos de Colecionadores, Atiradores e Caçadores (CACs) em Minas Gerais saltou 175% nos últimos seis anos. Os dados são do anuário do Fórum Nacional de Segurança Pública, divulgado nesta quinta (20/7). Em 2017, primeiro ano registrado, Minas tinha pouco mais de 54 mil armas de fogo registradas. Em 2022, o número subiu para quase 149 mil.
O atual número de registros coloca o estado mineiro em terceiro lugar do ranking nacional, atrás apenas de São Paulo, com 283 mil registros, e do Rio Grande do Sul, que possui 162 mil armas legalizadas.
Já no Brasil, o número de registros de armas em posse de CACs mais que duplicou no período. Em 2017, 637 mil armas de fogo estavam liberadas para porte ou posse. O número agora é superior a 1,5 milhão. O aumento representa 144%.
Na visão do relatório, esse crescimento nos registros aconteceu após incentivos realizados pelo governo de Michel Temer (MDB). “Foi criada a figura do porte de trânsito, conhecido no meio do tiro desportivo por 'porte abacaxi'. A medida permitia que caçadores, atiradores desportivos e colecionadores (CACs) fossem dos locais onde estavam seus acervos até clubes de tiro ou locais de caça com uma arma municiada e pronta para uso”, diz o documento.
O fórum também aponta que o governo de Jair Bolsonaro (PL) foi fator importante na continuação do aumento dos registros. “Foram editadas dezenas de medidas com o objetivo de facilitar a aquisição de grandes quantidades de armas e munições, assim como o acesso a armas de calibres que até então eram restritos”, acrescenta o anuário.