A Comissão de Direitos Humanos da OAB de Minas Gerais enviou ofício na noite desta terça-feira (17) para a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) cobrando explicações sobre infestação de formigas na maternidade Odete Valadares, em Belo Horizonte.
A comissão quer explicações também sobre os supostos casos de KPC – superbactéria resistente a antibióticos que pode ter contaminado ao menos cinco recém-nascidos. O documento é assinado pelo advogado William dos Santos, presidente da comissão.
O ofício, obtido com exclusividade pelo O TEMPO, foi enviado após a Associação Sindical dos Trabalhadores em Hospitais em Minas Gerais (Asthemg) pedir apuração dos casos.
Segundo a associação, a infestação de formigas ocorre desde o final do ano passado.
De acordo com a diretora da Asthemg, Monica Abreu, a infestação de formigas na maternidade continua. Ela disse ainda que há pressão da direção da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) para evitar que as informações vazem da maternidade para a imprensa.
No documento protocolado na OAB, Monica afirma que a Fhemig “mentiu ao dizer que o caso era pontuou”. Isso porque, de acordo com o documento, as infestações ocorreram em quatro dias de novembro do ano passado e em três datas deste ano.
As formigas foram encontradas em camas, local para preparação de medicamentos e incubadoras.
Com relação aos casos suspeitos de KPC, a Associação afirmou que os cinco registrados são de março deste ano.
A infestação de formigas continua na maternidade, de acordo com nota enviada pela Fhemig, porque a fundação afirma que está combatendo a infestação. Sobre os casos de KPC, a fhemig afirma que os supostos casos estão em análise na Fiocruz.
Leia abaixo a íntegra da nota da Fhemig:
A direção da Maternidade Odete Valadares está monitorando e atuando efetivamente no combate às formigas. São feitas vistorias a cada 2 horas, no CTI Neonatal, no CTI Adulto e no Banco de Leite, acompanhadas por servidores e pela equipe de limpeza tercerizada (MGS). Esse monitoramento é reportado à empresa de dedetização para melhor controle possível do problema. O contrato de dedetização prevê a aplicação de gel a cada 15 dias e dedetizações externas, de acordo com a orientação geral da bióloga da empresa. As desinfecções e rodízios de leitos estão orientados pela CCIH, de acordo com as normas de segurança dos pacientes. O ar-condicionado do CTI Adulto está funcionando e não temos ar-condicionado no CTI Neonatal, mas está previsto em reforma da Unidade, que está em processo licitatório. O problema de infestação de formigas está sendo combatido desde a primeira incidência e é preciso ser monitorado, como está sendo feito, até que seja totalmente sanado. A incidência da bactéria KPC não pode ser comprovada, pois o estudo está em andamento na FIOCRUZ e não existem registros até o momento.