UBERLÂNDIA, TRIÂNGULO MINEIRO – A construção do viaduto na interseção das rodovias BRs-365 e 452, no trevo do posto Xapetuba, a cerca de 30 km de Uberlândia, parada desde fevereiro de 2014, segue sem previsão de reinício, tampouco de término. A execução do projeto, que é de responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), foi interrompida há mais de dois anos, após um funcionário morrer esmagado por uma viga de concreto enquanto trabalhava na obra.
De acordo a assessoria de comunicação do DNIT, após o acidente que matou o operário Edmilson Gomes dos Santos, de 27 anos, no dia 9 de fevereiro de 2014, a empreiteira contratada abandonou o serviço por risco de novos acidentes. Desde então, foram realizadas duas licitações para contratar uma nova empresa, mas ambos os processos não foram concluídos porque, segundo o DNIT, as construtoras apresentaram valores superiores ao orçamento que o órgão federal dispunha. O DNIT não informou o valor deste orçamento.
Ainda conforme a assessoria do órgão, um novo termo de referência está em elaboração, para a contratação de uma outra empresa que dê continuidade ao projeto. A contratação se daria por Regime Diferenciado de Contratação (RDC), com base na Lei Federal 12.462, que diminui o tempo e a burocracia nas licitações.
No local onde o viaduto começou a ser erguido, é possível ver parte da estrutura já construída com indícios de deterioração, restos de vigas e outros materiais abandonados da época da construção, além do mato alto que cresceu em volta do trevo.
A obra, iniciada no início de 2011, integrava o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal, como parte de um pacote de três outras obras na BR-365. A construção do viaduto foi orçada pelo Governo Federal, há cinco anos, em R$ 15 milhões.
Motoristas se queixam da indefinição
A maior queixa citada por motoristas que passam pelo trecho em obras é a distância do retorno para quem trafega na BR-452 e precisa pegar a BR-365 no sentido Uberlândia. Sem o viaduto pronto, os motoristas precisam percorrer 5 km para ter acesso ao retorno, o que aumenta o trajeto em 10 km por viagem.
O mestre de obras Nilton Cesar Santos mora em Uberlândia e faz o caminho diariamente devido ao trabalho. “Tem dias que preciso ir na cidade de duas a três vezes ao dia. Imagina o impacto no fim do mês. São, pelo menos, 300 km a mais em 30 dias. Preciso repassar esse custo no orçamento com o cliente”, afirmou Santos.
Correio de Uberlândia