Depois de meses de incertezas e transtornos, a Prefeitura de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, confirmou nesta terça (20) que vão ser retomadas as obras do viaduto das Américas, no encontro das avenidas Severino Ballesteros e das Américas, na divisa dos bairros Kennedy e Cabral.
A intervenção estava parada desde setembro, após a prefeitura rescindir o contrato com a construtora Marco XX, por não concordar com o andamento do ritmo das obras. A empresa recorreu da decisão e conseguiu derrubar a liminar. Mas as partes chegaram a um acordo para a retomada das obras. A data de reinício não havia sido divulgada até o fechamento desta edição.
Considerado solução para os transtornos no tráfego, o viaduto das Américas foi orçado em mais de R$ 12 milhões. As obras tiveram início em fevereiro de 2016 e durariam um ano, mas o que se vê no local é uma construção longe de ser concluída, o que acabou se transformando em grande dor de cabeça para moradores e frequentadores da região. O comerciante Rodrigo Queiroz, 37, reclamou do caos no trânsito e disse que, quando chove, o lugar vira ponto frequente de alagamentos. “No período chuvoso, é impossível trafegar por baixo do viaduto, que é muito baixo”, relatou.
A copeira Simone Sanches, 43, disse que perdeu as esperanças de que a obra seja concluída. “Esse é o retrato de nosso país. Algo que deveria servir para resolver um problema virou dor de cabeça”, lamentou.
Vaivém A Prefeitura de Contagem informou, por nota, que o contrato com a Marco XX foi suspenso, por liminar, devido ao ritmo lento das obras. A empresa, no entanto, reverteu a decisão judicial. A construtora foi procurada pela reportagem, mas não respondeu.
Altura
Problema. O viaduto foi projetado para que veículos de até 4,40 m de altura pudessem trafegar no local. Mas moradores afirmaram à reportagem que é comum caminhões ficarem presos no local.
Moradores reclamam de transtornos
A demora nas obras está tirando o sono dos moradores dos bairros Kennedy e Cabral. Engarrafamentos, inundações e boatos de que o viaduto será implodido deixam aqueles que vivem e passam no entorno do viaduto sem nenhuma certeza do que será feito no esqueleto que passou a ser parte do dia a dia.
A empresária Márcia Rebuite, 53, moradora do bairro Cabral, afirmou que a obra do viaduto “é um monumento erguido para a incompetência do poder público”. Ela disse ainda que não suporta mais os constantes engarrafamentos no local.
A dona de casa Maria do Rosário, 41, contou que, depois das obras, as inundações são constantes a cada vez que chove. “Como embaixo do viaduto se forma um rio, é impossível andar por aqui durante as chuvas”, frisou.