A Prefeitura de Belo Horizonte pretende transformar o espaço das ocupações da Mata do Isidoro, na região Norte da capital, em uma Área de Especial Interesse Social (AEIS) nos próximos 20 dias. Isso significa incluir as comunidades Vitória, Rosa Leão e Esperança, que têm cerca de 9.000 famílias, no planejamento e na obtenção de recursos no âmbito da política de habitação. O prefeito Alexandre Kalil (PHS) comprometeu-se também a promover serviços de limpeza urbana nas ocupações e a construir centros de saúde provisórios.
“Ainda não podemos, por lei, fazer a urbanização. Nós estamos negociando e, em 20 dias, devemos resolver o problema de transformar a área em AEIS. A intervenção principal nós ja começamos pela Esperança: demos material escolar, e vamos agora entrar com material escolar na Rosa Leão e na Vitória. Vamos entrar também com a infraestrutura de melhoria de limpeza urbana e com centros provisórios de saúde”, afirmou Kalil, após reunião com representantes da Izidora. “Não podemos fazer isso de hoje para amanhã, mas, se começarmos a fazer com intensidade, dentro de muito pouco tempo vamos resolver”, disse o prefeito.
Na manhã desta quarta-feira (28), integrantes da ocupação se manifestaram em frente à sede da prefeitura, na avenida Afonso Pena, na região Centro-Sul da cidade, para reivindicar a regularização fundiária e a urbanização das comunidades. O trânsito ficou lento no local.
Segundo Kalil, a instituição da AEIS não depende de inclusão da proposta no Plano Diretor, que deve ser enviado à Câmara Municipal em abril. A consolidação pode ocorrer por lei ou ato do Executivo. “É uma área completamente definida, que está precisando de infraestrutura e cuidado. São cerca de 40 mil a 50 mil pessoas, é um bairro consolidado”, afirmou o prefeito. Atualmente, existem AEIS – áreas edificadas ou não destinadas à implantação de programas habitacionais de interesse social – em todas as regionais da capital.
A coordenadora da ocupação Vitória, Paula Cristina, diz que a transformação em AEIS é um desejo das comunidades e facilitaria a urbanização. “Saúde, água e luz são o que a gente mais necessita aqui dentro. Tem família que mora aqui desde o início da ocupação, há quase cinco anos, e não tem luz em casa ainda, depende de vela. A água só chega em algumas partes”, afirmou.
Voluntário
Kalil acompanhou nesta quarta-feira a realização de intervenções artísticas no Lar dos Idosos São José, na região do Barreiro. A ação faz parte de um projeto voluntário realizado pela primeira dama, Ana Laender, de revitalização das 28 Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) filantrópicas da capital.
“Nós priorizamos esse projeto das ILPIs porque é gente que ajudou essa cidade. Nós já reformamos o mobiliário das 28, por meio de doação feita por um empresário, e vamos continuar esse trabalho de ajuda dentro do orçamento e olhar esse povo tão esquisito e abandonado”, afirmou Kalil.