Os principais políticos argentinos deram declarações repercutindo a morte do promotor Alberto Nisman.
O deputado Sergio Massa, um dos pré-candidatos ao governo, pediu que o Congresso faça sessões extraordinárias para “denunciar e terminar” com o acordo com o Irã.
Segundo Nisman, o entendimento com a República Islâmica favoreceria suspeitos do atentado ao centro de convivência judaico Amia.
Outro presidenciável, o prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, pediu rapidez na elucidação da morte e disse que o caso deve ser marcante para a Argentina.
Daniel Scioli, governador da Província de Buenos Aires e provável candidato kirchnerista, pediu que a Justiça seja célere e transparente.
Ernesto Sanz, senador e pré-candidato à Presidência pela União Cívica Radical, afirmou que “esse é o acontecimento mais grave desde a volta da democracia”.
Para o analista político Rosendo Fraga, a morte de Nisman pode ser o início do fim do kirchnerismo. “Os governistas vão se esforçar para demonstrar que Nisman se suicidou, e vão dizer que colaboram para que se esclareça a denúncia que ele fazia”.
O passo seguinte dos aliados de Cristina Kirchner, segundo outro cientista político, Ricardo Rouvier, é se dizer vítima de uma tentativa de golpe por parte da oposição em conjunto com “os meios concentrados” (os maiores grupos de mídia).
A Argentina terá eleições presidenciais em outubro, mas analistas dizem que ainda é cedo para dizer de qual maneira a morte do promotor irá influenciar.
PROTESTOS
No fim do dia, um ato marcado na Praça de Maio reuniu milhares de pessoas. Alguns levaram cartazes escritos “Eu sou Nisman”. Durante a concentração, houve momentos em que gritaram “assassina”, se referindo à presidente.
Mas muitos presentes no ato eram contra esse grito. O estudante Javier Borras, 23, afirma que Cristina não tem envolvimento com a tragédia de Nisman, embora critique a tentativa da mandatária de tentar dominar a Justiça.
Em alguns bairros, houve manifestações de grupos menores, que batiam em panelas como no ano de 2001.