Foi numa caminhada pela fazenda que Amarildo Martins Queiroz percebeu algo diferente. Ossos cravados em pedras. “Vi que eles tão dentro da rocha e não é recente, por isso me despertou a curiosidade”, contou ele.
Quando soube que se tratava de restos de dinossauros de 80 milhões de anos, o fazendeiro até cedeu a área para a exploração. “Está disponível. O dia que eles quiserem vir eu abro a porteira para eles pesquisarem à vontade”, acrescentou.
Os pesquisadores mapearam 20 mil metros quadrados da fazenda onde encontraram muito material fossilizado. O lugar já é considerado um dos mais novos sítios paleontológicos do país.
Parte dos ossos encontrados na propriedade de Amarildo foi levada para o Centro de Pesquisas de Peirópolis. O paleontólogo Luiz Carlos Ribeiro diz que iniciativas como a do fazendeiro são muito importantes para a ciência. “Felizmente o Brasil começa a ganhar uma maturidade com uma visão de preservação da geodiversidade, que é esse patrimônio paisagístico que os fósseis são partes deles”, explica.
Universitários também têm a chance de descobrir esse mundo perdido, acompanhando as pesquisas bem de perto. “Da mesma forma que um estudante da Medicina, da Engenharia, da Enfermagem precisam ter um hospital universitário, essas outras áreas como Geografia, História, Ciências Biológicas também. O laboratório dela é a paleontologia, ou entre os laboratórios tem a paleontologia”, comenta o coordenador da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Vicente Antunes.
Para o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Ismar Carvalho, o fascínio pelos dinossauros está cada vez mais popular. “O que a gente tem feito tem duas vertentes, uma delas é a da pesquisa cientifica a qual é a descoberta desses fósseis, desses animais e vegetais que existiram há muitos milhões de anos no território brasileiro, a outra é nós darmos um sentido a isso que é a construção de uma identidade para a própria paleontologia brasileira, que conta uma história de vida na terra num intervalo de 80, 65 milhões de anos e que faz com que a gente entenda um pouco melhor da onde a gente veio qual é a nossa história e com isso a gente acaba sendo mais cidadãos”, ressalta.
É a história de milhões de anos mais próxima de todos. “É incentivar a criança a descobrir também. Incentivar a criança a explorar e dar valor num achado assim é muito interessante”, conclui o administrador José Guilherme Capucci.
Fonte: Tv Integração