Príncipe das Trevas, vocalista da banda britânica Black Sabbath e muito polêmico. Com 69 anos, o músico Ozzy Osbourne é considerado mundialmente um mito para os fãs do heavy metal. A admiração pelo artista fez com que um desses seguidores, um coveiro da cidade de Cristiano Otoni, na região Central de Minas Gerais, homenageasse o ídolo de uma forma, no mínimo, inusitada. Breno Dutra Baeta, de 24 anos, colocou o nome do artista no cemitério do município, com direito a plaquinha na entrada do espaço. Nesta quinta-feira (22), após realizar o único enterro do dia, o jovem conversou com a reportagem de O TEMPO sobre o caso.
No dia 2 de novembro do ano passado, Dia de Finados, Baeta fixou no muro “Cemitério John Michael Osbourne”, nome verdadeiro do artista. “Sempre passam por aqui aquelas pessoas que vendem plaquinhas para jazigos. Me perguntaram qual era o nome do cemitério, que não tem placa, e eu, na brincadeira, lembrei do Ozzy, falei o nome dele e esses vendedores me trouxeram a placa”, contou.
Segundo ele, além da homenagem, a intenção também era chamar a atenção do poder público para alguns problemas estruturais do local, como falta de localização dos jazigos, sepultaras abandonadas, problema no muro e falta de banheiro.
Fã de carteirinha
O coveiro Breno, que trabalha no cemitério em 2016, se tornou fã de Ozzy há cerca de 15 anos. No braço do jovem estão três tatuagens com o rosto do artista.
FOTO: Facebook/Reprodução |
Ozzy se apresenta em BH no dia 18 de maio |
Repercussão
Depois de tirar fotos do local e gravar até mesmo um vídeo no cemitério falando de Ozzy, o caso ganhou as redes sociais e, enfim, chegou ao conhecimento de representantes da Câmara Municipal da Cidade. Na manhã desta quinta, a casa divulgou uma nota no site oficial afirmando que o cemitério não mudou de nome, e destacando que, conforme Lei Orgânica Municipal “É vedado ao Município dar nome de pessoas vivas a bens e serviços públicos de qualquer natureza”. “Qualquer mudança deve tramitar pela câmara um projeto de lei, ir para comissões, ter votações e cumprir os trâmites legais. Não houve, sequer, uma solicitação. Por esse motivo solicitamos, e o coveiro retirou a placa do cemitério”, contou o presidente da casa, Evaldo Jesus de Souza (PT).
Apesar da retirada, para Baeta, ele cumpriu parte do objetivo. “A homenagem foi feita, agora o segundo passou e encontrá-lo nesse turnê de despedida”, finalizou.
Em maio, Ozzy chega ao Brasil para quatro shows. Em Belo Horizonte, ele aterriza no dia 18 com apresentação na esplanada do Mineirão.
Após a repercussão do caso, o secretário de Administração, Planejamento e Fazenda, Rogério Batista Evangelista, afirmou que, em relação ao cemitério, já existe um projeto para a adequação do espaço.
“Vamos fazer as alterações necessárias, mas não podemos cravar uma data. Sobre essa placa, tomamos conhecimento nesta semana e sabemos que não podemos homenagear dessa forma pessoas vivas. A prefeitura vai avaliar possíveis sanções ao coveiro, que é concursado”, disse.
O presidente da Câmara de Cristiano Otoni, Evaldo de Souza, preferiu não opinar sobre a atitude do coveiro. “Não vou entrar nesse mérito sobre a homenagem. Ele é um bom profissional e está trabalhando normalmente”, afirmou.
Veja vídeo gravado no cemitério:
Polêmicas
Morcego
Um 1982, durante um show em Des Moines, em Iowa, Ozzy mordeu a cabeça de um morcego vivo. Ele, que precisou tomar vacina antirrábica, afirmou em sua biografia que acreditava se tratar de um plástico.
Pomba
Em 1981, em Los Angeles, o músico atacou a dentadas a cabeça de uma pomba durante uma reunião com executivos.
Drogas
O artista por muitos anos foi viciado em drogas ilícitas e álcool. Atualmente, Ozzy diz ter parado com o uso dos entorpecentes.